Da Redação – Na noite da última quinta-feira, 5, jornalistas e fotojornalistas foram agredidos e ameaçados por pessoas contrárias ao pedido de prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Foram registrados casos em Brasília e em São Bernardo do Campo. Em frente à sede da Central Única dos Trabalhadores (CUT) na capital federal, pelo menos 30 manifestantes avançaram sobre um carro do Correio Braziliense. Dentro do automóvel estavam uma repórter, uma fotógrafa e o motorista. Os agressores quebraram um dos vidros do veículo.
Além da agressão física, os manifestantes gritaram ofensas à imprensa e ao jornal. Ninguém foi ferido. A Polícia Civil do Distrito Federal foi informada do ocorrido e a equipe registrou ocorrência na Coordenação Especial de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado.
Um dos manifestantes ameaçou a equipe do SBT, que chegou a ser cercada. “Vocês vão sair daqui para o bem de vocês”, disse ao cinegrafista Magno Lúcio, que estava acompanhado de uma produtora. A informação foi divulgada pelo repórter Daniel Adjuto no Twitter. Um fotógrafo da Reuters também foi hostilizado e teve de deixar o local. Os profissionais estavam no local para cobrir o protesto convocado pela Central Única dos Trabalhadores do Distrito Federal (CUT-DF) em defesa de Lula.
Nilton Fukuda, da agência Estadão Conteúdo, foi atingido com ovos em São Bernardo. A agressão ocorreu no momento em que o fotojornalista tentava registrar manifestações em frente ao Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, para onde o ex-presidente se dirigiu no início da noite. O agressor vestia uma camiseta da CUT.
A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) repudiou as agressões e hostilidades às equipes do Correio Braziliense e do SBT, ao fotógrafo da Reuters e a Nilton Fukuda. “A violência contra profissionais da imprensa é inaceitável em qualquer contexto. Impedir jornalistas de exercer seu ofício é atentar contra a democracia. Os autores devem ser identificados e punidos pelas autoridades”, posiciona-se a entidade.
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