Da Redação – A ansiedade já ronda dezenas de jovens dos CACJs (Centros de Atendimento à Criança e Juventude) da Fundação Criança. É que nos dias 6 e 14 de novembro acontece, respectivamente, nas unidades do Jardim Thelma (40 alunos) e do Jardim das Orquídeas (89 alunos) o batizado das turmas das oficinas de capoeira. Receberão o “cordão” alunos que estão na fase inicial do curso. A unidade do Santa Cruz também oferece a oficina e já realizou o batizado de sua turma (40 alunos) dia 25 de outubro.
Conforme explicou o professor de capoeira Maxwell Antonio Henrique dos Santos, 32 anos, do CACJ do Jardim Thelma, o batizado ocorre quando a pessoa (criança ou adulto) participa pela primeira vez – com camisa e calça brancas – de uma roda de capoeira e recebe seu primeiro cordão. Na cerimônia, professores tocam os instrumentos (berimbau, pandeiro e atabaque) e os alunos jogam capoeira com mestres convidados.
Ao final de cada graduação, ainda segundo Maxwell, o aluno recebe um cordão, que tem cor diferente para cada nível. O cordão branco, por exemplo, é para os que se graduam mestres. No nível infantil são 12 cordões e os que seguem até a fase adulta são 16 no total (sendo 12 do infantil e quatro na fase adulta).
De acordo com o professor de capoeira do CACJ do Jardim Santa Cruz, Rafael Carboni Machado, as oficinas não visam a formação de capoeiristas. “As oficinas atendem pessoas dos 6 aos 17 anos. Alguns seguem até o fim, outros não. Não tem caráter de formação. A oficina é um instrumento de cidadania, que trabalha questões como a identidade do indivíduo com sua comunidade, a disciplina, o respeito mútuo e a solidariedade.”
O aluno Damião Ailton pereira Silva, 17 anos, já está na terceira graduação. Para ele, a oficina resultou em diversos benefícios. “Na parte física ajudou bastante, porque sempre fui gordinho e perdi alguns quilos. Por conta disso eu era muito tímido e agora acho que não sou tanto. Também era muito ansioso e brigão. Agora estou mais sossegado. A atividade física ajuda a gente a relaxar”, avalia.
Nos CACJs também são oferecidas oficinas de ginástica, circo, artes plásticas, ballet, customização, dança, teatro e atividades lúdicas para os mais jovens. As seis unidades dos CACJs atendem cerca de 1.400 crianças e adolescentes por mês e prestam ainda atendimento psicológico às famílias por meio de equipe de assistência social. As equipes de trabalho dos CACJs são multidisciplinares e contam com pedagogas, psicólogos, educadores e oficineiros.
Instituída em 26 de novembro de 1998 com base nas diretrizes e normas da lei 8.069/90, o Estatuto da Criança e do Adolescente, a instituição é uma fundação pública municipal com missão, diretrizes e objetivos focados na proteção básica e especial de média e alta complexidade e na defesa da garantia de direitos de crianças e adolescentes em consonância com a Política Nacional de Assistência Social (PNAS).
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