Iniciativa destina R$ 1,6 milhão a projetos de proteção do meio ambiente no Brasil

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Da Redação – Um total de R$ 1,6 milhão será doado a 13 novos projetos de conservação da natureza no Brasil, a partir da segunda quinzena de fevereiro. Selecionadas por meio de editais públicos lançados no segundo semestre 2017 pela Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza, as iniciativas serão desenvolvidas em diversos biomas brasileiros e nos ecossistemas costeiro e marinho. Para conferir a lista completa dos projetos que iniciam no primeiro semestre deste ano, acesse o link.

Nordeste

Na Região Nordeste, os estados de Pernambuco e Bahia estão entre os que tiveram propostas selecionadas. Para esses projetos, a soma do apoio financeiro é de R$ 189 mil. O projeto “Estrutura e saúde dos recifes no Arquipélago de Fernando de Noronha: subsídios às ações de conservação marinha”, coordenado pelo Instituto Recifes Costeiros, pretende estudar novos habitats de recife de coral em Fernando de Noronha.

Já o projeto “Biologia reprodutiva e forrageamento das aves marinhas de Abrolhos”, da Fundação Universitária de Desenvolvimento de Extensão e Pesquisa (Fundepes), tem como objetivo determinar atributos da história de vida de cinco espécies de aves marinhas residentes no Parque Nacional Marinho de Abrolhos e definir áreas de alimentação e invernagem das espécies de grazinas e do atobá-marrom, para compreender a ecologia desses organismos marinhos, a relação das áreas de alimentação com o polígono da Unidade de Conservação e com áreas potenciais de interação com atividades humanas.

Norte

Na Região Norte, Roraima e Pará estão entre os estados com projetos apoiados e que receberão R$ 282 mil. Em Roraima, o projeto “Veado-galheiro (Odocoileus virginianus) nas Campinaranas Amazônicas: dinâmica de ocupação e abundância de uma espécie deficiente de dados no contexto da expansão do Parque Nacional do Viruá, Roraima”, coordenado pelo Instituto Curicaca, irá contribuir para a expansão do Parque Nacional do Viruá – Unidade de Conservação com a maior diversidade de vertebrados conhecida e recentemente incluída como sítio Ramsar– beneficiando espécies como o veado-galheiro, considerado o cervídeo menos conhecido do Brasil.

No Pará, o “Genômica da conservação da ariranha (Pteronura brasiliensis): avaliação da conectividade entre populações remanescentes nos biomas Amazônia, Cerrado e Pantanal, com ênfase em ações do Plano de Ação Nacional” – que envolve também os estados do Mato Grosso, Tocantins e Goiás – tem como objetivo investigar as populações de ariranhas no Cerrado – bioma que pode representar um importante corredor de fluxo gênico entre as principais populações remanescentes da Amazônia e Pantanal. O Instituto para a Conservação dos Carnívoros (Pró-Carnívoros) é organização responsável pelo projeto.

Centro-Oeste

A Região Centro-Oeste receberá R$ 595 mil de apoio financeiro destinado a projetos de quatro estados brasileiros: Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Tocantins e Goiás. Três desses projetos são do Mato Grosso do Sul (MS). A iniciativa “Abundância e tendências da população de cervos do Parque Nacional da Ilha Grande, Paraná, Brasil” visa atualizar as estimativas da população de cervos que habitam a região do Parque Estadual da Ilha Grande (PR) e Parque Estadual Várzeas do Rio Ivinhema (MS) e será realizada pela Fundação de Apoio à Pesquisa e Desenvolvimento Sustentável do Pantanal – Pantanal com Ciência.

O projeto “Restauração da população de Bicudos no Pantanal: Integrando a boa ciência e a conservação ex situ” busca restaurar uma população de bicudos (Sporophila maximiliani), espécie de ave da região do Pantanal, em uma área na qual a espécie ocorria historicamente mas que atualmente não é encontrada. A população desse animal está classificada como criticamente ameaçada e há apenas cerca de 40 indivíduos na natureza. A organização responsável pelo projeto de proteção à espécie é o Instituto Respirar.

Outro projeto do Mato Grosso do Sul também será desenvolvido no Mato Grosso. O  “Rede de proteção e conservação da Serra do Amolar: monitoramento ambiental como ferramenta para conservação”, coordenado pelo Instituto Homem Pantaneiro (IHP), irá monitorar a biodiversidade da Serra do Amolar, com o objetivo de identificar processos e ações realizadas pelo homem, que possam afetar a conservação das áreas.

Também no Mato Grosso, abrangendo o Bioma Pantanal, a iniciativa “Proteção jurídica e conservação das Áreas Úmidas de Mato Grosso: aprimoramento das decisões judiciais pelo uso de técnicas de valoração do dano ambiental” capacitará membros do Ministério Público e realizará audiências públicas, com o objetivo de tornar efetiva a aplicação da Valoração do Dano Ambiental (VDA) em três áreas úmidas: o Pantanal, o Vale do Araguaia e o Vale do Guaporé. Para isso, os pesquisadores da Fundação de Apoio e Desenvolvimento da Universidade Federal de Mato Grosso (Uniselva) irão compilar dados desses locais referentes aos danos ambientais em um e-book com linguagem acessível.

São Paulo

O projeto “Estimativa populacional e conservação do criticamente ameaçado Ortalis remota”, realizado pela Sociedade para Conservação de Aves do Brasil (Save Brasil), pretende estimar o tamanho populacional dessa espécie de ave no estado de São Paulo – onde a sua situação é crítica. O animal encontra-se restrito a seis municípios, sendo nenhuma dessas áreas legalmente protegida por unidades de conservação. Além disso, a iniciativa pretende identificar sua provável ocorrência no sudeste do estado. A proposta é possibilitar o planejamento de medidas para a conservação dessa espécie, que é um dos cracídeos (família que inclui aves popularmente conhecidas como mutum, jacu e aracuã) mais raros do planeta. Esta iniciativa receberá apoio financeiro de R$ 63 mil.

Paraná

No Paraná são quatro os projetos – dois do edital nacional e dois selecionados por meio do edital Biodiversidade do Paraná, que é exclusivo para o território paranaense e em parceria com a Fundação Araucária – que receberão apoio financeiro e que, juntos, somam cerca de R$ 607 mil. O projeto “Revigoramento populacional do bicudinho-do-brejo (Formicivora acutirostris)”, realizado pela Mater Natura Instituto de Estudos Ambientais tem como objetivo aumentar a variabilidade genética dessa espécie de ave ameaçada  que vive em brejos salinos do Sul do Brasil, por meio da translocação de ovos entre populações da espécie.

Ainda, a iniciativa “Abundância e tendências da população de cervos do Parque Nacional da Ilha Grande, Paraná, Brasil” envolve também o estado do Mato Grosso do Sul e foi citada anteriormente.

Aprovada no Edital Biodiversidade do Paraná, a iniciativa “GODOY + 1000: seguindo o Caminho das Antas”, proposta pela ONG Meio Ambiente Equilibrado (MAE), busca ampliar a área do Parque Estadual da Mata dos Godoy. A região é o maior ativo ambiental de Mata Atlântica do Norte do Paraná e conta com uma animadora distribuição de Tapirus terrestris (antas) que carece de mais áreas conservadas para garantir a sua sobrevivência.

Também do Edital Biodiversidade do Paraná, o “Estudos técnicos para criação de unidade de conservação de proteção integral em remanescentes significativos de floresta ombrófila mista do Paraná”, da Mater Natura Instituto de Estudos Ambientais, busca, por meio da criação e o manejo de Unidades de Conservação (UC) de Proteção Integral, a manutenção da biodiversidade e dos processos ecológicos da Floresta com Araucárias, que é um dos ecossistemas de maior biodiversidade em nível mundial, mas também um dos mais ameaçados de desaparecimento.

Rio Grande do Sul

No Rio Grande do Sul, um projeto receberá apoio financeiro de R$ 140 mil. A iniciativa “Gestão das perturbações à avifauna em Sítio Ramsar e ordenamento do turismo de observação de aves no Parque Nacional da Lagoa do Peixe com organização e inserção da comunidade local” é coordenada pelo Instituto Curicaca, e busca diagnosticar tanto as atividades turísticas atuais quanto as potencialidades de se introduzir outras práticas menos impactantes, como a observação de aves, dentro do Parque. Também é objetivo da iniciativa qualificar jovens locais como guias de observação de aves.

Edital 2018

Está aberta até 31 de março a chamada do primeiro semestre de 2018 para o Edital de Apoio a Projetos da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza, uma das principais instituições da iniciativa privada a apoiar financeiramente ações e pesquisas científicas em conservação da biodiversidade brasileira. Os interessados podem se inscrever até 31 de março, no site da instituição, na seção ‘editais’.

Sobre a Fundação Grupo Boticário – A Fundação Grupo Boticário é fruto da inspiração de Miguel Krigsner, fundador de O Boticário e atual presidente do Conselho de Administração do Grupo Boticário. A instituição foi criada em 1990, dois anos antes da Rio-92 ou Cúpula da Terra, evento que foi um marco para a conservação ambiental mundial. A Fundação Grupo Boticário apoia ações de conservação da natureza em todo o Brasil, totalizando mais de 1.500 iniciativas apoiadas financeiramente. Protege 11 mil hectares de Mata Atlântica e Cerrado, por meio da criação e manutenção de duas reservas naturais. Atua para que a conservação da biodiversidade seja priorizada nos negócios e nas políticas públicas, além de contribuir para que a natureza sirva de inspiração ou seja parte da solução para diversos problemas da sociedade. Também promove ações de mobilização, sensibilização e comunicação inovadoras, que aproximam a natureza do cotidiano das pessoas.

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