Tradicional Bloco das Bruacas atrai 2 mil foliões à Paranapiacaba

Texto: Bianca Fontes – Foto: Alex Cavanha/PSA

Da Redação – O batuque e som do metal descem a avenida Ford anunciando o início de mais um dia de folia. Cantando marchas antigas, o Bloco das Bruacas caminha convidando quem assiste a cair no samba. Aos poucos, confetes, serpentina e muita espuma pintaram o céu de Paranapiacaba, na tarde desta segunda-feira (12). No terceiro de quatro dias de festa na vila, 2 mil pessoas aproveitaram as atrações.

A dona de casa Nilza Moreno Plaza, de 65 anos, foi uma delas. Moradora local, conta que comemora o feriado desde pequena, quando haviam os bailes dentro do Clube União Lyra- Serrano. “Pra mim carnaval é a melhor época do ano”, comenta enquanto vai a frente do carro de som, guiando o itinerário.

E para entrar na brincadeira vale tudo, até pegar a roupa da irmã para transformar em fantasia. O trio de amigos Murilo Avelar, de 29 anos, Kelvin Silva, de 25 anos e Wagner Oliveira, de 34 anos, contaram com a produção das irmãs, noiva e esposa para aproveitar a festa com peruca, vestido e pintura facial. “A gente aproveita aqui todo ano, é uma festa sem brigas, sem confusão como em outros lugares, vale a pena”, ressalta Avelar.

Vestidos dos personagens de videogame Mario e Luigi, Cássia, de 38 anos e Rogério Nascimento, de 36, elegeram a vila como passeio da família no feriado. Pais de duas crianças, a dona de casa e o analista de governança de sistemas, acreditam que “em Paranapiacaba é possível curtir o carnaval com mais segurança e tranquilidade em relação aos filhos, além de aproveitar a folia nos moldes das festas antigas”.

Mas não foi só em família que o público aproveitou o bloco. As amigas Erika Moreto, de 28 anos, Gisele Silva, de 32 anos e Janaina Nascimento, de 20 anos, foram vestidas de salva-vidas. Quando questionadas sobrem quem salvariam, a resposta foi: os “boys”.

Em seguida, Janaina enfatizou, “menos eu, eu já namoro”. “Eu pego o saca, saca, saca rolha, ninguém me agarra, ninguém me agarra”, e assim, ao som da marchinha do compositor Zé da Zilda, de 1954, o Bloco das Bruacas se despediu do público no coreto do clube, onde a banda Calango Brabo seguiu com a música e claro, com a neblina.