Da Redação – O ex-presidente do Tribunal Superior de Justiça (STJ), Cesar Asfor Rocha, foi um dos principais líderes na luta contra membros do Poder Judiciário que não faziam jus aos cargos que ocupavam. Quando ingressou no Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em 2007, o ex-ministro trabalhou para criar mecanismos capazes de ampliar a fiscalização e puniu desmandos.
“Não hesitaremos em mostrar os deslizes internos do Judiciário”, disse ao assumir o cargo de corregedor Nacional de Justiça. Na época, prometeu uma limpeza geral e afirmou que era preciso extirpar os que “não honram, não servem, mas envergonham, desmerecem e desprestigiam” a Justiça brasileira.
Não se tratava de bravata. Cesar Asfor Rocha foi o responsável por julgar um colega do STJ, suspeito de negociar sentenças judiciais para empresários ligados à máfia dos caça-níqueis, na chamada Operação Hurricane. Os membros do CNJ acompanharam o voto do relator e aprovaram, pela primeira vez na história do Conselho, a abertura de processo disciplinar contra um ministro de tribunal superior. Outros quatro juízes também foram denunciados no caso.
Uma das primeiras medidas adotadas por Cesar Asfor Rocha foi criar ferramentas na internet para acompanhar o trabalho dos juízes. Assim, foi possível dimensionar o tempo que os magistrados brasileiros levavam para julgar um processo. Antes disso, sequer havia informações sobre algo que parecia ser tão básico.
Cesar Asfor Rocha também implementou o processo eletrônico na Corregedoria e, ao deixar o cargo, cerca de 90% dos processos sob sua responsabilidade não tramitavam mais em papel. Isso ajudou a ampliar a quantidade de denúncias enviadas para o CNJ. Em apenas três meses de implantação do sistema, a quantidade de denúncias recebidas dobrou.
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