Da Redação – Dados divulgados no final do mês de outubro pelo Anuário Brasileiro da Segurança Pública apontam que, em 2016, o número de assassinatos no país atingiu recorde, com crescimento de 3,8% em comparação ao ano anterior. Foram contabilizados 61 mil homicídios, uma média de sete assassinatos por hora. Mas, neste cenário, outros números também chamam a atenção, pois muitos desses casos ficam sem resposta: estima-se que apenas 8% dos homicídios são solucionados no país.
“Infelizmente, o crescimento da violência e da criminalidade no país atingiu níveis alarmantes. E os órgãos responsáveis para coibir e mensurar estes fatos apresentam eficiências muito reduzidas em relação aos congêneres internacionais”, diz Lucas Moscato, coordenador do curso de Engenharia Legal e Metodologia Pericial, do Programa de Educação Continuada (PECE) da Escola Politécnica da USP. “No entanto, os pesquisadores e desenvolvedores nacionais podem contribuir muito para reverter esta situação, aperfeiçoando técnicas e equipamentos em sintonia com a nossa realidade e com os padrões”, completa.
No curso oferecido pelo PECE, os participantes aprendem as técnicas atuais e em desenvolvimento usadas por organismos internacionais: “É um curso voltado para profissionais graduados que atuam nas áreas periciais e forenses, além de professores e pesquisadores interessados em conhecer mais sobre este campo multidisciplinar”, diz Moscato. As inscrições para a turma de 2018 já estão abertas e podem ser feitas pelo site www.pecepoli.com.br.
As técnicas periciais, que fazem parte da grade do curso oferecido pelo PECE, incluem de detecção e coleta de impressões digitais ou de sangue não visíveis no local do crime até técnicas de escavação e extração para a localização de corpos ou ossadas. “O ideal mesmo seria que o número de homicídios caísse de maneira significativa em nosso país. Porém, o aperfeiçoamento dessas técnicas para ajudar a desvendar tais crimes é importantíssimo para que se faça justiça. Para identificar o assassino e fazê-lo pagar por isso, por menor que sejam os números”, conclui o coordenador.
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