Da Redação – Até o próximo dia 3 de dezembro, o coreógrafo Luis Ferron se junta a Andreia Yonashiro, Daniela Dini e Daniel Fagundes para apresentar “Libélulas de Vidro” no Sesc Ipiranga. O espetáculo de dança tem apresentações gratuitas e faz parte da programação integrada do Projeto Finitudes, ciclo que abarca bate-papos e atrações de diversas linguagens sobre o envelhecer e a morte.
Parte integrante do díptico “Diálogos Alados – Colóquios Sobre a Morte”, “Libélulas de Vidro” juntamente com “Os Corvos” – apresentado no começo de novembro dentro da mesma programação -, aborda, através da analogia com os seres alados, a fugaz e densa relação humana com o ciclo da vida, revelando nossas fraquezas e obstinações perante o tempo que nos resta.
Libélulas de Vidro – Se o mote em “Os Corvos” é a própria morte, em “Libélulas de Vidro” a discussão se acerca da vida, no viés juvenil pelo qual reconhecemos mais facilmente a voracidade das mudanças que nos atingem.
Há muitas reapresentações diferentes da libélula; todas relacionadas com a cultura de determinados locais. Por exemplo, no Japão, a libélula simboliza a luz e novas alegrias. Alguns nativos americanos acreditam que as libélulas são as almas dos mortos. Há também muitas culturas que acreditam que o significado da libélula é a felicidade, a coragem e os pensamentos subconscientes.
Mesmo que a representação da libélula pareça mudar dentre as culturas, algumas coisas são similares; a libélula significa a esperança, a renovação e o amor. A velhice possui seu próprio metabolismo mas na juventude é que as despreocupações se alojam. As libélulas com suas significações diversas nos remetem geralmente à mudança. Seu bater de asas contundente, parecido ao dos colibris, lhe concede a estabilidade e autonomia que não cabe ao corvo, relegado à brevidade de seus voos. Esse enorme gasto de energia acomete num curto tempo de vida, o que gera a necessidade do aproveitamento dessa passagem. Luis Ferron convida para o palco Andreia Yonashiro, Daniel Kairoz e Daniela Dini, que com exceção do diretor, todos na faixa dos trinta anos. Partindo dessa jovialidade, o elenco se desloca pelo tema, encontrando o caminho entre a metáfora e o real, usando o corpo como meio de alusão.
Libélulas de vidro: Nós como seres frágeis, delicados, poéticos, vivos e existentes. Uma poética do hoje, do agora, do presente. Um ser que vive inúmeras trincas e mortes fugazes.
Serviço – Libélulas de Vidro, de 30/11 a 3/12, quinta e sexta às 20h, sábado às 19h30 e domingo, às 18h30, na Praça Vermelha. Preço: Grátis, retirada de ingresso com uma hora de antecedência. Classificação: 16 anos Sesc Ipiranga – Rua Bom Pastor, 822
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