Da Redação – O projeto “Em busca de uma escola sustentável”, desenvolvido desde 2013 pela EMEB Annita Magrini Guedes, no bairro Baeta Neves, é um dos finalistas de um chamamento público organizado pela Agência Nacional de Águas (ANA) para apresentar boas práticas e experiências em água e saneamento a ser mostrado no 8º Fórum Mundial da Água, que será de 18 a 23 de março de 2018, em Brasília (DF).
O resultado final do concurso, organizado pela ANA, co-organizadora do evento, será divulgado entre os dias 5 e 6 de dezembro, na capital federal. O concurso contou com a participação de 608 instituições, divididas em nove categorias. O projeto desenvolvido pela EMEB Annita Magrini Guedes é a única representante do estado de São Paulo na categoria Educação.
A iniciativa da escola, que envolve os cerca de 500 alunos do 1º ao 5º ano do Ensino Fundamental e suas famílias, tem a finalidade de propor a interação entre os conteúdos pedagógicos ensinados em sala de aula à prática, num espaço externo que conta com horta, viveiro de mudas, compostagem, cisterna, aquaponário, lago de carpas, meliponário, pomar, captação de óleo de cozinha e unidade de separação e destinação de resíduos sólidos, entre outros. Tudo foi pensado para funcionar como um laboratório e ferramenta no desenvolvimento do aprendizado. Além do ganho pedagógico, o projeto promoveu a diminuição do consumo de água e a redução drástica no descarte do lixo da escola para a coleta pública, uma vez que praticamente somente o lixo dos banheiros vai para a lixeira.
“A atividade tem o objetivo de valorizar o aprender por meio do ouvir e do colocar a mão na massa, tornando o aluno protagonista de sua aprendizagem. Assim, transformamos um espaço pouco usado para as práticas de sustentabilidade em um local atraente e educativo, tornando a escola mais atrativa aos alunos. Por meio desse projeto, aumentamos a frequência de 70% para 95%”, afirmou o diretor José David de Souza.
No espaço, há horta, divididos em cultivo de hortaliças, temperos e ervas, sendo cada professora e turma responsáveis pelo seu canteiro. Há viveiros nos quais os alunos são incentivados a produzir mudas a partir de sementes coletadas na própria escola. O espaço também conta com composteiras artesanais, que produzem adubos a partir de folhas das árvores e cascas de alimentos coletados na alimentação escolar. Recentemente foi doado uma máquina de compostagem acelerada que produz adubo a partir do alimento processado vindo da sobra da merenda e de dois restaurantes.
Também foi instalada uma cisterna com captação de água da chuva, que é usada na limpeza da escola e na rega das hortas. E um lago de carpas, que foi criado para ser um espaço de aprendizagem sobre a vida dos peixes, ligado a um aquaponário. Nesse espaço, se aprende técnicas de plantio diretamente na água, em caixas com argila expandida onde se dispensa a terra e a adubação e utilizam somente com água direta do lago, entre outras atividades.
A escola recebeu diversos prêmios como 1º lugar no Prêmio de Sustentabilidade Ambiental – Uso Racional da Água, em São Bernardo, em 2015. Em 2017, ganhou a medalha do mérito ambiental pela Câmara Municipal e o projeto foi homologado pelo Ministério do Meio Ambiente, por meio do Portal Educares. “Ter uma escola municipal como finalista neste chamamento mostra que estamos no caminho certo, que é seguir com o trabalho forte na Educação, que é uma das prioridades de nossa gestão”, afirmou o prefeito Orlando Morando.
Para a secretária de Educação, Suzana Dechechi, essa unidade é um exemplo a ser seguido. “Quando a escola é bem gerida, traz resultados importantes, especialmente para o aprendizado dos alunos. Esse tipo de projeto permite que a sala de aula se torne um lugar muito mais significativo para as crianças. Estamos investindo na formação de pessoas que encontrarão soluções muito mais sustentáveis no cuidado do meio ambiente”, finalizou.
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