O Brasil das desigualdades

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Passando pela cidade, observei numa avenida, no canteiro central, funcionárias, mulheres na faixa etária entre 30 e 50 anos, sob sol cáustico, com enxadas nas mãos capinando, limpando, cuidando da vegetação. Observei na fisionomia delas cansaço, suor, maus tratos.

Essas pessoas ganham um mísero salário, alimentam-se mal, moram em péssimas condições. Muitas convivem com insetos, ratos e moram às margens de córregos poluídos com esgoto a céu aberto, no meio de coliformes fecais, em extrema miséria, mas são elas que garantem a limpeza da cidade, que mostram a verdadeira face da administração pública, que dão visibilidade as nossas ruas, praças e avenidas.

Estas pessoas vivem à margem da sociedade, são invisíveis aos olhos da maioria, mas sem elas a cidade seria um caos, com ruas sujas, imundas, intransitáveis. Essas pessoas pouco falam. Vivem num silêncio profundo, olham para o chão, como se estivessem fugindo de si mesmas, porém mal sabem elas da grandeza, do trabalho essencial que desenvolvem para todos os habitantes da cidade.

Enquanto observo essa dura realidade brasileira, há funcionários improdutivos, ganhando bons salários, em salas com ar condicionado achando que o mundo é só festa e não enxergam a dureza de vida da maioria pobre e esquecida. Esses funcionários se regalam em festas, exibem seus corpos em praias, mostram sua opulência, sendo autênticos sinecuras dos municípios, estados e federação.

Esses apadrinhados nada mais fazem do que bajular chefes e pouco ou nada produzem para a sociedade. O poder público, numa gestão eficiente, precisa, urgentemente olhar a realidade dos municípios, combater as desigualdades, dar valor a quem, realmente, produz e merece.

Não há lugar em administrações sérias para tantas injustiças. É preciso valorizar quem produz, quem tem proatividade e acrescenta com o seu trabalho melhorias para a sociedade. Uma sociedade mais justa é o primeiro passo para o desenvolvimento do país.

Professor Osmar Junqueira Lima

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