Da Redação – O 1º Seminário Estadual de Economia Solidária, realizado nos dias 8 e 9 de agosto, na Faculdade Diadema, fechou o ciclo de debates com a elaboração de um documento reafirmando a necessidade de mais políticas públicas para fortalecimento e ampliação da economia solidária no país.
Intitulado Carta Manifesto pela Economia Solidária, o documento ressalta a importância do poder público na manutenção da economia popular que garante trabalho e renda a milhares de pessoas no país. “Queremos expressar nosso apoio às políticas públicas voltadas para o fortalecimento da Economia Solidária e dos empreendimentos que a compõem, visando sua continuidade e aperfeiçoamento no Estado de São Paulo e em todo Brasil, tendo em vista que o poder público desempenha papel relevante para seu sucesso”, diz o manuscrito.
Em outro momento, a Carta relata que a promoção do desenvolvimento solidário favorece a sustentabilidade e a redução da desigualdade. ”A Economia Solidária e Popular pode desempenhar papel relevante no processo do desenvolvimento mais sustentável e inclusivo, reduzindo a desigualdade e criando novas oportunidades de trabalho e renda”.
A Carta Manifesto será entregue em instâncias dos governos estadual e federal. A sugestão partiu do secretário municipal de Desenvolvimento Econômico e Trabalho de Diadema, Laercio Soares, em razão de demandas específicas que devem ser levadas a cada órgão separadamente.
Uma dessas questões é fazer gestões junto ao Governo Paulista para regulamentação da Lei 14.651/2011, que criou o Programa Estadual de Fomento à Economia Popular Solidária no Estado de São Paulo. No Governo Federal, junto ao Ministério do Trabalho e Previdência Social, é constituir ações que garantem a continuidade e o fortalecimento da economia popular no país.
A Carta também será apresentada, ainda este ano, no Fórum Nacional de Secretarias Estaduais do Trabalho (Fonset), como forma de ter mais pessoas e instituições aderindo ao movimento de fortalecimento do empreendedorismo popular
Nos dois dias de evento, além de debates e plenárias, mais 1,6 mil pessoas participaram do seminário que teve como tema “Balanço, Perspectivas e Desafios para as Políticas Públicas de Fomento à Economia Solidária no Estado de São Paulo”.
Estiveram presentes em Diadema autoridades locais, o secretário Nacional de Economia Solidária e o secretário Estadual do Emprego e Relações do Trabalho do Estado de São Paulo e integrantes ligados a instituições e grupos de economia solidária de vários lugares do Brasil. Entre eles, representantes de 25 cidades paulistas, do Estado do Tocantins e do Distrito Federal.
Outra participação muito significativa foi a dos alunos da Escola Estadual João Ramalho. Desde 2016 a unidade de ensino, junto com a Casa da Economia Solidária, desenvolve projeto que incentiva e orienta sobre empreendedorismo, cooperativismo e cidadania. “A participação dos estudantes foi algo inovador. Além de acesso a novos valores e formas de atuação social, política e econômica, eles foram despertados a entender melhor qual é o papel deles como protagonistas na construção de uma nova sociedade mais sustentável e justa”, afirma o coordenador da Casa da Economia, Antônio Pires Soares.
Trabalho reconhecido – Diadema é uma cidade que tem trabalho reconhecido na área do empreendedorismo social. Por meio da Incubadora Pública de Empreendimentos Populares e Solidários (IPEPS), programa da Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Trabalho, o município atende 12 grupos de economia popular, garantindo trabalho e geração de renda para cerca de 1.700 moradores. Esses grupos são assessorados pela IPEPS e realizam atividades nas áreas de alimentação, costura, artesanato, recicláveis e cultura.
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