Da Redação – Imerso em um furacão político de escândalos, o presidente Michel Temer acaba de assinar a MP 759, uma medida provisória controversa – apadrinhada pelos ruralistas no Senado – que afrouxa a proteção de milhões de hectares de floresta amazônica, sob risco de aumentar o desflorestamento da região.
Para Diego Casaes, ativista da Avaaz no Brasil, a situação é crítica. “Os cidadãos do mundo não vão esperar sentados enquanto assistem o presidente Temer destruir a Amazônia uma árvore por vez. É revoltante que, para proteger sua própria vida política, Temer esteja disposto a sacrificar tanto e privar todas as gerações futuras da Amazônia. Se Temer não parar de empurrar leis como o MP 759 goela abaixo dos brasileiros, teremos que explicar aos nossos netos como deixamos a corrupção matar a Amazônia”. A taxa de desflorestamento da Amazônia, no momento, é a maior dos últimos nove anos. A MP 759 irá afrouxar a proteção da floresta ainda mais, dando a centenas de milhares de fazendeiros o direito de ocupar áreas de preservação.
O deputado federal Edmilson Rodrigues afirma que essa lei “vai pôr fim à reforma agrária e legitimar os grileiros”. Especialistas calculam que 20 milhões de hectares do bioma amazônico e 40 milhões de hectares do cerrado brasileiro podem ser devastados.
O projeto de lei faz parte de um pacote recente de propostas que defendem que a Amazônia seja liberada para mineração e agronegócios em nome do desenvolvimento local. Recentemente, Temer vetou MPs semelhantes, como as 756 e 758, em meio à pressão de ambientalistas, doadores internacionais e da supermodelo brasileira Gisele Bündchen. Agora, a MP 759 – proposta e defendida por deputados que têm vínculos econômicos na região e cujas empresas se beneficiariam com o afrouxamento das proteções – se destaca como um símbolo da própria corrupção de Temer.
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