Idosos participam de oficinas de inclusão digital na onda das redes sociais

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Da Redação – Aos poucos integrantes da terceira idade de São Bernardo deixa de lado o drama de ficar cara a cara com computadores. Graças às oficinas de informática do Centro de Referência do Idoso (CRI), a Prefeitura tem promovido anualmente a inclusão digital de dezenas de vovôs e vovós que até então suavam frio só de pensar em se aproximar da máquina.

O interesse dos idosos é acessar as redes sociais e contatar filhos e netos espalhados pelo Brasil e no exterior. A procura pelo curso tem sido tamanha que, na edição deste ano, 432 alunos se matricularam e já participam das aulas, ministradas por quatro oficineiros, de segunda a quinta-feira, em dois períodos (9h às 12h e das 13h às 16h). Ao todo são 32 turmas, 16 em cada período. Cada aula dura uma hora e meia.

Pedro Isaias do Nascimento, 62 anos, morador do Parque Selecta, retomou em março projeto abandonado em 1999. “Naquele ano iniciei um curso básico, mas já esqueci tudo. Como em minha área profissional (manutenção geral) não usava computador, acabei deixando de lado. Hoje vejo o quanto é importante: tinha dificuldade até para acessar caixas eletrônicos e usar os comandos do celular para enviar mensagens. Com esse curso me sinto mais independente.”

Aluno aplicado, o aposentado diz que comprou um notebook para treinar em casa e já consegue acessar as redes sociais. “Aos poucos vou me soltando. Meu irmão é técnico em manutenção de computadores e criou um perfil para mim no Facebook. Sem rede social a gente fica isolado. Precisa entender um pouco de informática até para mexer no celular, que hoje até parece computador”, disse Nascimento, que está ensinando a esposa a usar a máquina.

A dona de casa Helena Kibino, 65, também procurou o CRI para se inserir no mundo digital. “Vi a necessidade de aprender para acessar o ‘Face’ e me comunicar com filhas e netos que moram em Curitiba. Uma filha criou um perfil para mim, mas, como ainda não sei mexer muito bem, acabo não acessando. Com o curso, acho que vai facilitar.” Para a filha de imigrantes japoneses, o uso do computador a ajudará a manter o cérebro “mais ativo”.

Aprendizado – A oficina tem dois anos. No primeiro, para iniciantes, o aluno aprende noções básicas do computador (o que é, para que serve e sua composição: mouse, teclado, monitor), uso do mouse, teclado e programas como o word (digitação de texto, tipos de letra, acentos, pontuação) e como salvar arquivos. No segundo ano (curso básico), já familiarizado com o computador, o aluno aprende a formatar texto (copiar, recortar, colar) e tem o primeiro contato com a internet. Aprende a enviar e-mail, anexar arquivos e a fazer pesquisas nos sites. Nos computadores usados nas oficinas os alunos não têm acesso às redes sociais.

A matrícula para a oficina é realizada sempre no início do ano (janeiro e fevereiro) e é válida para o ano corrente. O aluno deve realizar nova matrícula no ano seguinte. Tal medida é necessária para que se tenha o controle de pessoas que vão continuar, o que permite a abertura de novas vagas.

No decorrer do curso, mesmo que haja desistência, não são feitos encaixes. No mês de julho, com a chegada das férias, são contabilizadas eventuais desistências. Caso isso ocorra, há o remanejamento de alunos entre as turmas. Nesse período é possível a abertura de novas turmas.

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