Foto Júlio Bastos/PMSA
Da Redação – Promover a importância da reciclagem, oferecer uma oportunidade de geração de renda para a comunidade e ainda criar um ambiente mais bonito e colorido na creche. Esses são os objetivos do projeto “Do lixo ao luxo”, que acontece na creche Maria Ruth Koch Marfin Croque, no Jardim Carla. O primeiro módulo, iniciado em março, teve como tema a produção de bolos cenográficos e letras em 3D (alto-relevo), feitos com material reaproveitado.
Participaram 18 mulheres da comunidade, a maior parte mães de alunos da creche. O resultado da oficina estará em exposição no saguão na entrada da creche até o final de semana, quando se comemora o Dia das Mães.
“Queremos despertar o interesse de outras pessoas para que venham participar do segundo módulo que já começa na semana que vem, para aprender a fazer espelhos decorados e um banquinho com garrafas pet”, disse a diretora da unidade Thais dos Santos, de 42 anos. Para cada peça produzida pelos alunos para si mesmos, uma é feita para a creche, de acordo com Thais. Cada módulo tem duração de dois meses e há turmas no período da manhã e da tarde. As inscrições estão abertas para toda a comunidade. Não é necessário ser mãe ou pai de aluno.
Thais explica que a oficina faz parte do Projeto Político Pedagógico da unidade, que é desenvolvido todo ano com a participação da equipe diretiva e dos funcionários em toda a rede, definindo as ações que serão implementadas durante o ano. “O PPP deve ser composto por iniciativas que atendam às necessidades da escola. A creche é uma unidade nova e por isso ainda possui poucos objetos decorativos e brinquedos. A participação dessas mães está sendo importantíssima para dar mais vida e cor à unidade”, disse. Ela destaca ainda que a ação tem como objetivo aproximar a comunidade e os pais da escola, fazendo com que também se apropriem do espaço.
Segundo o arte educador Ronnie Corazza, além de destacar entre as famílias a importância do reaproveitamento de material e o descarte correto do lixo, as oficinas mostram uma alternativa de geração de renda com a produção de objetos bonitos praticamente sem custo. “Paralelamente eu procuro ensinar o conceito de organização do espaço de estética. Quando a gente começa a trabalhar com estética, passa a mudar seu jeito de ser e de organizar a sua própria casa. Procuro mostrar que é possível recriar o belo no nosso cotidiano, mesmo que a gente more em locais que tem uma situação social muito complicada. É possível trazer beleza para a vida”, disse Corazza.
“Eu costumava ficar em casa pois preciso cuidar dos meus filhos, que tem 3 anos e 11 anos, mas quando vi que haveria a oficina logo me interessei. Achei que, além de sair um pouco e de cuidar de mim mesma, era uma chance de aprender algo que eu pudesse fazer sem precisar sair de casa“, contou Maria Adélia da Silva, de 36 anos.
Talita Rodrigues, de 26 anos, além de gerar alguma renda, espera economizar dinheiro na produção das festas para suas filhas, uma de 3 anos e outra de 4 anos. “Hoje em dia tudo é muito caro para fazer uma festinha”, destacou. Já Maria Jussara da Cunha Calisto, 56 anos, foi inscrita na oficina pela filha Cristina de 32 anos, que também se inscreveu, e confessa que soube disso no primeiro dia de aula, mas está gostando muito. Jussara já faz bolos e doces para vender e em breve deve abrir seu próprio negócio na região. “Vou acrescentar decoração de festas ao meus serviços”, disse.
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