Da Redação – Na manhã da última quarta-feira (19), pacientes da Unidade de Saúde da Vila Guiomar participaram de uma roda de conversa sobre depressão, mediada pela psicóloga voluntária Paula Cristina de Oliveira. A ação foi realizada pelo Grupo de Humanização da Secretaria de Saúde de Santo André, com o intuito de orientar os munícipes sobre a doença que atinge aproximadamente 350 milhões de pessoas de todas as idades, de acordo com dados da Organização Mundial de Saúde.
Uma das principais dificuldades para a cura da doença é o estigma que seus portadores sofrem, o que acarreta em alguns casos, na não procura ou desistência do tratamento. “Quando sofremos de alguma doença física, com exames que comprovam o diagnóstico, as pessoas aceitam melhor, costumam não ter preconceito. Mas o que fazer se a doença é diagnosticada por sintomas? Não tem exames de imagem ou outros para comprovar? Infelizmente, muita gente acaba tratando o assunto como frescura, não acreditando na seriedade do caso”, comenta Oliveira.
E não foi preciso ir muito longe para encontrar uma situação assim. Durante a conversa, uma participante relatou que, mesmo sofrendo de depressão, não conseguiu levar à sério quando o seu filho começou a desenvolver o transtorno. “Meu filho parou de sair, só quer dormir, ele não se cuida mais, fala que vai morrer. Eu logo achei que era uma desculpa para ele não fazer as coisas em casa, começei a brigar muito com ele”. A psicóloga orientou a participante a incentivar o filho a procurar ajuda, assim como ela também procurou.
Mas nem tudo está perdido. É possível tratar a depressão recebendo o prognóstico correto para cada caso e para cada nível da doença (leve, moderado ou grave). “Muitas vezes as pessoas que estão sofrendo com esses transtorno no nível leve acabam não procurando ajuda por subestimarem a situação, achando que aquilo vai passar com o tempo. Justamente com o passar do tempo o quadro evolui, se tornando mais grave. Nesse caso, é preciso aliar o tratamento com o psquiatra para que ele receite medicamento que reequilibre os hormônios do prazer, como a endorfina, serotonina e outros, que estão em baixa, e então o paciente conseguirá reagir à terapia. O tratamento com o psicólogo é o que vai ajudar o paciente a encontrar um modo diferente de enxergar e lidar com as situações, por meio de recursos internos, e então se curar da depressão”, finaliza a psicóloga.
Na próxima segunda-feira (24), às 10h, a roda de conversa sobre a depressão acontecerá na Unidade de Saúde da Vila Luzita. Já na terça-feira (25), às 10h, a Unidade de Saúde Moysés Fucs receberá a ação. Os interessados em participar poderão procurar os locais no dia e hora marcados.
Atenção à Saúde Mental – A Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) do município é composta de vários pontos de atendimento para quem precisa. Entre eles:
– Três Caps tipo III (24 horas com 22 leitos comunitários para adultos);
– Um Caps AD (Álcool e outras drogas) com 8 leitos;
– Um Caps Infantojuvenil;
– Temos ainda 8 leitos de enfermaria psiquiátrica no Centro Hospitalar Municipal.
As unidades do Parque Miami, Centro de Saúde Escola, Centro de Especialidades III, Centro de Especialidades I, possuem referência de psiquiatria e psicologia. Nesta RAPS, são ofertadas mensalmente 1.400 consultas psiquiátricas, 1.300 oficinas terapêuticas, 900 grupos terapêuticos.
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