Internações por conta de acidentes de trânsito podem ocasionar sequelas graves

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Da Redação – Durante as celebrações de Carnaval é possível observar um aumento significativo no número de internações devido a multiplicação nos acidentes de trânsito. Segundo a Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia, o aumento de cerca de 40% dos acidentes nessa época é responsável pela elevação do número de internações. As cirurgias ou serviços de trauma em todo o Brasil crescem de 40% a 60%i .

Em 2017, um acidente atípico também contribuiu para o aumento das internações nessa temporada. O desfile das escolas de samba do Rio de Janeiro desse ano foi marcado por complicações envolvendo carros alegóricos na Marquês de Sapucaí, que deixaram 32 pessoas feridas. As vítimas tiveram desde ferimentos leves até fraturas graves e algumas continuam internadas.

Após sofrerem acidentes, as pessoas são encaminhadas para tratar ferimentos, fraturas e, muitas vezes, é necessário que fiquem internadas ou que sejam submetidas a procedimentos cirúrgicos. Nessas situações, o paciente comumente passa por longos períodos de imobilidade no hospital.

Uma das possíveis consequências da imobilidade prolongada devido à internação, pós-operatório ou repouso de fraturas é o surgimento da trombose, também conhecida como Trombose Venosa Profunda (TVP). A condição se desenvolve com o surgimento de um trombo – ou seja, um pedaço de sangue coagulado – dentro das veias profundas.

Mais frequentemente observada nos membros inferiores (pernas), a condição é causada pela falta de movimentação na área afetada e seus sintomas mais comuns são dor, inchaço e sensibilidade na panturrilha ou perna.

“Quando uma pessoa realiza um procedimento cirúrgico e/ou passa por longos períodos imobilizada em uma cama, o fluxo de sangue nas veias se torna mais lento, aumentando as chances de formação de um trombo”, explica o cirurgião vascular e professor colaborador da Faculdade de Medicina da USP, Dr. Ivan Casella.  “Uma cirurgia provoca, ainda, reações no organismo semelhantes à de um indivíduo que sofreu um traumatismo. Nestas situações, o corpo interpreta que a pessoa está correndo risco de sangramento e a atividade de coagulação fica elevada, aumentando o risco de formação de coágulos, também chamados de trombos”, complementa o médico.

Por essa razão, em casos de internação, os médicos precisam ficar atentos aos sintomas e podem recomendar a utilização de aparelhos de compressão para incentivar o fluxo de sangue e evitar quadros de trombose. Também faz parte do tratamento o uso de medicamentos orais anticoagulantes, moléculas que reduzem a capacidade de coagulação do sangue, diminuindo o risco para o paciente. Esses medicamentos são indicados em diversas condições, como tratamento da trombose venosa profunda.

Por outro lado, por alterarem o poder de coagulação do sangue, os anticoagulantes devem ser utilizados com cautela em pacientes com alto risco de sangramento, como pessoas idosas (principalmente acima dos 80 anos) e pacientes com problemas no fígado. No entanto, fora do Brasil já existem medicamentos que atuam como agente reversores, anulando o efeito anticoagulante e permitindo que o corpo produza coágulos normalmente, prevenindo sangramentos excessivos e, possivelmente, salvando vidas.

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