* Carlos Cruz – Diante das demandas que o século 21 impõe, é fundamental os municípios se adequarem e implementarem mecanismos de gestão que se utilizem da tecnologia, dos dados e da inovação para trazer eficácia em seus serviços. Melhorar a infraestrutura e a qualidade de vida das pessoas apenas não basta: é preciso fazer isso com planejamento e inteligência.
Assim sendo, convém discutir um conceito novo, porém já bastante difundido ao redor do mundo: as cidades inteligentes.
Interpretando este cenário, a Associação Paulista de Municípios (APM) procurou o Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (CPqD), sediado em Campinas, para se inteirar do assunto e promover o desenvolvimento desse conceito pelo estado de São Paulo. Ao mesmo tempo, aproveitando o senso empresarial e capacidade de realização do seu presidente, Fernando Garnero, procuramos a Informática de Municípios Associados (IMA).
Desses encontros, surgiu uma parceria que pretende desenvolver a ideia de cidade inteligente nos municípios paulistas, modernizando a administração pública e a infraestrutura local. Foi firmado um convênio entre o CPqD, responsável pelo projeto, a IMA, incumbida dos serviços, e nossa Associação, encarregada de levar a proposta às 645 prefeituras do estado.
Esta iniciativa pioneira será iniciada em Campinas para, depois, ser levada para todos os demais municípios. A escolha se deu uma vez que tal cidade é um polo tecnológico que conta com a presença de diversas instituições de ensino superior, fazendo dela um ambiente propício à inovação e ao compartilhamento dessas novas experiências.
Ainda que seja um conceito relativamente recente, as cidades inteligentes já são um assunto consolidado globalmente no que se refere ao desenvolvimento sustentável. A busca por uma cidade mais eficaz já movimenta um mercado mundial de soluções tecnológicas e tem sido vista como uma alternativa possível para cidades de países emergentes, que chegam a investir bilhões de dólares em produtos e serviços capazes de sustentar o crescimento econômico e as novas demandas da sociedade.
As cidades inteligentes são sistemas em que pessoas interagem a fim de gerar desenvolvimento econômico e humano. Essas interações são inteligentes por se utilizarem estrategicamente da infraestrutura, dos serviços, da informação e da comunicação na gestão urbana para atender às demandas sociais e econômicas dos municípios.
Para uma cidade ser inteligente, é preciso que seus espaços urbanos sejam planejados de maneira eficaz e sustentável, tendo como ferramentas o uso de dados, a inovação e o gerenciamento de recursos. Além de ser projetada para que o cidadão disponha de uma melhor infraestrutura, a cidade consolida uma base para planejar seus futuros passos.
A implementação desta modernização em Campinas acontecerá de forma gradual e ainda se encontra em seu estágio inicial, mas a divulgação da iniciativa para os outros municípios já está no escopo dos próximos passos da APM, responsável por esta etapa da proposta.
O empenho de nossa entidade, aliado ao interesse dos municípios em levar o projeto de cidade inteligente adiante, será fundamental para a consolidação e o sucesso deste desejo de modernização das cidades, sendo um grande legado para todo o Estado.
* Carlos Cruz é presidente da Associação Paulista de Municípios, APM, e ex vice-prefeito de Campinas
Excelente artigo !
Santo André & a Regionalidade
Encararemos, esse desafio ?