Desafios da gestão diante da geração de carreiras em Y

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* Adriana Pavlakis – Encontrar profissionais com habilidades já amadurecidas é sempre uma tarefa árdua. No mercado de tecnologia da informação, acrescenta-se um ponto que torna esse desafio ainda maior: está cada vez mais difícil contratar pessoas capacitadas tecnicamente e com perfil de liderança. Principalmente, porque este é um segmento formado, em grande parte, por profissionais com muito conhecimento técnico, porém pouco – ou nenhum – desejo de desenvolver habilidades para gestão de pessoas.

Durante muito tempo, a carreira profissional seguiu um caminho linear – efetivações, promoções e, finalmente, patamar de gestão. Mas, esta trajetória “convencional” nem sempre foi sinônimo de satisfação profissional para todos. E, assim, ao longo dos anos surgiu o conceito de carreira em Y, que possibilita a escolha de seguir para o cargo gerencial (soft skills) ou de especialista na área técnica (hard skills), sem qualquer demérito entre as possibilidades.

Em um mundo onde o número de candidatos em busca de uma carreira em Y é crescente, as hard skills ganharam destaque frente as soft skills – movimento reforçado pelo pragmatismo de muitas organizações em busca de inovação e produtividade. Entretanto, cabe lembrar que empresas são formadas por pessoas, que são dirigidas por outras pessoas com visões e anseios distintos.

Diante da transformação nos propósitos profissionais, as empresas percebem cada vez mais que é necessário investir em seus funcionários. Para se ter uma ideia, o número de empresas com equipes dedicadas à educação corporativa aumentou mais de 40% em dois anos. Quando o assunto é universidade corporativa, este número apresentou crescimento de 14%. Os dados são da pesquisa Educação Corporativa no Brasil realizada recentemente pela auditoria e consultoria empresarial Deloitte.

Profissionais em cargos de gestão necessitam formar suas competências comportamentais, enquanto profissionais jovens na área demandam qualificações técnicas. Assim, desenvolver internamente os líderes passa a ser a melhor opção.

Por meio de programas de aprendizagem estruturados não é preciso gastar com contratações e investir tempo com transferência da cultura organizacional a novos funcionários, além de recompensar os profissionais dedicados, tecnicamente capacitados e que têm perfil de liderança. Por outro lado, considerando as hard skills, também é preciso desenvolver programas de treinamento para garantir que todos os funcionários envolvidos com projetos e clientes estejam na “mesma página” e dominando todos os produtos e serviços ofertados pela organização.

A educação é sempre o melhor caminho para o crescimento da pessoa e da sociedade. No mundo corporativo, com os profissionais, não é diferente.

* Adriana Pavlakis é diretora de desenvolvimento organizacional da Pixeon

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