Da Redação – O governador Geraldo Alckmin assinou convênio com o Ministério da Saúde para liberação de recursos para o Instituto Butantan, um dos maiores centros de pesquisa biomédica do mundo, vinculado à Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo. Os recursos serão destinados à modernização da infraestrutura produtiva do Instituto.
“É uma grande conquista para o Intituto Butantan, que neste mês está completando 116 anos. São R$ 54 milhões do Ministério da Saúde para ampliar e modernizar nossa fábrica de vacinas”, explicou o governador.
O acordo prevê, nesta primeira fase, a liberação de R$ 54 milhões para a aquisição de equipamentos a serem instalados nas fábricas de produção das vacinas de difteria, tétano, coqueluche e hepatite B. Após a conclusão dos trabalhos, que incluem a modernização das estruturas físicas (fluxos de material, pessoas e produtos, vestiários e sanitários) e do sistema de utilidades (água, ar condicionado, ar comprimido e vapor puro) das fábricas, será retomado o fornecimento das vacinas nas seguintes apresentações: dT (difteria e tétano adulto), DT (difteria e tétano infantil), DTP (difteria, tétano e pertussis) e hepatite B.
O aspecto mais relevante do projeto é que o Butantan estará habilitado a produzir a vacina pertussis de baixa toxicidade (pertussis low) para testes clínicos, uma inovação mundial, que terá a capacidade produtiva da pertussis celular e ausência de reações adversas da vacina pertussis acelular.
O Brasil utiliza a vacina pertussis acelular para crianças e a celular para adultos. A Europa e os Estados Unidos utilizam a vacina acelular, que tem se mostrado ineficaz no longo prazo. A pertussis low pode ser utilizada em crianças e adultos, e é aguardada mundialmente, tendo em vista o ressurgimento de casos de coqueluche nos Estados Unidos e na Europa frente às recentes ondas migratórias registradas no mundo. “A pertussis de baixa toxicidade, concebida e desenvolvida pelo Instituto Butantan, fará uma revolução mundial na vacinação contra a coqueluche”, afirma Jorge Kalil, diretor do Instituto Butantan.
A retomada da produção destas vacinas também significa o resgate do projeto de produção de uma vacina nacional pentavalente, em estreita colaboração com a Fiocruz, incluindo os componentes difteria, tétano, pertussis (coqueluche) e hepatite B, de responsabilidade do Instituto Butantan, e Hib (Haemophilus influenzae tipo B), de responsabilidade da Fiocruz.
Kalil destaca que a difteria também está ressurgindo na Europa, o que confirma a relevância das ações do Butantan nessa área. O soro antidiftérico, igualmente produzido pelo Instituto, tem sido requisitado por vários países.
As fábricas tiveram sua produção temporariamente interrompida para as necessárias ações de modernização e readequação às atuais exigências de Boas Práticas de Fabricação preconizadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Anvisa e também às normas internacionais. A fábrica estará pronta para funcionar após um período de qualificação e validação que será determinado no transcorrer do processo.
“É um investimento importante, que permitirá ao Butantan modernizar o seu parque tecnológico e garantir a produção de vacinas fundamentais para o calendário de imunização da rede pública de saúde”, afirma David Uip, secretário de Estado da Saúde de São Paulo.
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