Da Redação – A deputada estadual Márcia Lia (PT) criticou, por meio das redes sociais, a reintegração de posse de cerca de 700 famílias em São Mateus, na Zona Leste da capital paulista, na semana passada. “Vivemos um dia muito triste para a cidade de São Paulo”, afirmou ao considerar inadmissível a forma como foi feita a reintegração “porque havia a possibilidade de uma negociação”.
Policiais militares desocuparam a área ocupada por cerca de 3 mil pessoas com o uso de força e bombas de gás lacrimogêneo. “Vivemos em um estado que não garante os direitos fundamentais de seus cidadãos, que não garante moradia, que não garante saúde, que não garante educação de qualidade, mas é um estado que garante a violência”, afirmou a deputada.
Marcia diz que a solução o o problema estava sendo articulado com o Judiciário, inclusive o Ministério Público, para a suspensão dessa reintegração. Márcia Lia é coordenadora da Frente Parlamentar pela Habitação e Reforma Urbana, na Assembleia Legislativa de SP, e reafirmou seu apoio ao direito de todos à moradia. A deputada ressaltou, ainda, que “essas pessoas estão lá não porque elas querem, mas porque elas não têm pra onde ir, não têm onde morar”.
No mesmo vídeo, a deputada também criticou a detenção de lideranças que lutam pelo direito humano a uma moradia, como o coordenador nacional do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto), Guilherme Boulos, que defendia a mediação do conflito.
Repúdio – A bancada dos deputados estaduais do PT na Alesp divulgou nota, assinada pelo líder José Zico Prado, manifestando “total repúdio a atuação de extrema violência e truculência da Polícia Militar comandada pelo governador Geraldo Alckmin na manhã desta terça-feira,17/01, contra a população pobre que compõe a comunidade Colonial, integrada por 700 famílias, da zona leste da cidade de São Paulo, despejadas de suas casas e defendidas pelo líder do MTST Guilherme Boulos, preso arbitrariamente.
A ocupação Colonial abrigava mais de 3 mil pessoas, entre crianças e idosos e estava sendo mediada por Boulos que foi detido ilegalmente acusado por incitação à violência, numa lógica de criminalização dos movimentos sociais, aos moldes que remontam ao período da ditadura militar.
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