Meirelles mostra otimismo e prevê alta do emprego no próximo ano

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Da Redação – O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, mostrou otimismo com a economia brasileira e prevê o crescimento do emprego no próximo ano. “Trabalhamos com a perspectiva de alta do emprego em 2017 e de que haja um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de mais de 2% na comparação do último trimestre de 2017 com o mesmo período deste ano”, afirmou, durante evento realizado nesta terça-feira (20), no Teatro Positivo, em Curitiba.

Meirelles argumentou que o Brasil está avançando.  “Mas leva um certo tempo até que as empresas voltem a investir”, comentou. O ministro também ressaltou que o nível de endividamento das famílias está diminuindo: “antes era 46% da renda, agora está em 42%”. Explicou, ainda, que paralelamente a isso, vê, de acordo com o que afirmam analistas econômicos, espaço para uma queda gradual da Selic, a taxa básica de juros, hoje em 13,75%.

O ministro disse que a mensagem, em resumo, era de que o Brasil está avançando. “Precisamos agora pensar juntos sobre essa mensagem, de que o Brasil está tomando as medidas necessárias para crescer e resolver os problemas que têm há décadas”, enfatizou Meirelles.

Ele também relatou que se engana quem pensa que não há sinais benéficos no curto prazo. “Uma vez que haja segurança no longo prazo, que o Brasil é solvente, já temos efeitos benéficos imediatos”, disse. Afirmou ainda que existe a possibilidade de o Brasil crescer no próximo ano de forma sustentável: “os indicadores mostram que estamos na direção correta”.

O ministro minimizou, ainda, o fato de o governo ter sofrido uma derrota no plano de recuperação fiscal dos Estados. “Vamos ainda analisar a questão. Não há motivo para agitação”, ponderou.

Teto dos gastos – Meirelles exaltou a aprovação do teto dos gastos, que limita o crescimento das despesas públicas à inflação do ano anterior. Ele disse que as despesas federais em 1991 representavam 10,5% do PIB e hoje correspondem a 19,5%. “Com a aprovação do teto dos gastos, em dez anos essa relação pode cair para 15,5%”, explicou.

O ministro negou que haverá corte de verbas para educação e saúde em razão dessa medida. “Na verdade, a aprovação do teto dos gastos mantém em termos reais os gastos com saúde e educação”.

O empresário paranaense Joel Malucelli espera ainda dificuldades para 2017. Segundo ele, o Brasil tem muitas questões a serem enfrentadas e, portanto, superá-las ainda vai levar um tempo. “Eu espero dificuldades para o próximo ano, mas precisamos avançar nas reformas a fim de ver um cenário melhor lá na frente”, comentou.

De acordo com Malucelli, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, é a pessoa mais indicada para o cargo. “Quero que o presidente Michel Temer continue no cargo, ele está tendo apoio, e assim permanece também o Meirelles, que vai poder implementar as reformas tão necessárias para o País”, disse.

Quem também não espera nenhuma facilidade em 2017 é o vice-presidente nacional da Fenabrave, Luís Antônio Sebben: “não haverá facilidade no primeiro e talvez nem no segundo semestre do próximo ano”. No entanto, ele falou que os problemas brasileiros já foram identificados e que agora a população precisa apoiar as medidas. “Em um primeiro momento, as medidas são amargas, mas ao mesmo tempo são necessárias para termos um País melhor no médio e longo prazos”, argumentou.

Sebben disse ainda que o setor de veículos é muito ligado ao Produto Interno Bruto (PIB). “Quando o Brasil cresce, nosso setor cresce. E acontece a mesma coisa quando há recessão”, afirmou, reforçando ainda que o ministro da Fazenda é um excelente profissional e espera que ele tenha apoio para realizar as reformas necessárias.

O diretor-geral da Editora Positivo, Emerson dos Santos, disse que acompanhou a palestra de Henrique Meirelles para ver quais cenários o ministro enxerga hoje e quais ações estão sendo tomadas para que o Brasil volte a crescer. “Minha expectativa para o próximo ano é que o cenário político e econômico se estabilize, embora seja uma expectativa tímida”, declarou.

Santos também salientou que o mercado editorial é muito ligado à renda e ao emprego da população e se colocou ao lado dos otimistas quanto ao crescimento do País no próximo ano. “Fico ao lado dos otimistas, pois o pessimismo causa mais prejuízos”, enfatizou.

Já o reitor da Universidade Positivo, José Pio Martins, entende que as reformas que a equipe econômica está implementando estão corretas. Questionado se a turbulência política, mais precisamente com o avanço das investigações da Operação Lava-Jato, poderia dificultar a retomada da economia, Pio Martins afirmou que o Brasil pode ser impactado por duas variáveis: “se houver menos Investimento Estrangeiro Direto (IED), por causa da instabilidade política, ou pelo aumento dos juros nos Estados Unidos”.

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