Da Redação – O sábado do Vasco foi de sofrimento e nervosismo, naquilo que por pouco não virou outro vexame da história do time de São Januário. O Vasco, que liderou boa parte do Brasileirão, e chegou nas últimas rodadas ameaçado, por muito pouco não viu o sábado de Maracanã cheio se transformar numa tragédia. O Vasco ganhou por 2 a 1, depois de sair em desvantagem e construir a vitória nos quatro primeiros minutos do segundo tempo, com dois gols-relâmpago do centroavante Thalles.
Com um time eficiente, mas cansado e velho, o Vascão, Gigante da Colina, assegurou o retorno à elite do futebol nacional. A nota triste é que nesta segunda-feira a diretoria rescindiu o contrato com Jorginho.
Apesar da vitória, a torcida, que lotou o estádio, não perdoou a campanha ruim, principalmente no segundo turno, quando fez apenas 26 pontos, 13 a menos em comparação ao turno inicial, e fez fortes críticas ao presidente Eurico Miranda.
Embora tenha integrado o G4 durante toda a competição, o Vasco poderia ter deixado o grupo no momento mais importante, caso perdesse e o Náutico vencesse o Oeste – os pernambucanos perderam, em casa, por 2 a 0. Com 65 pontos, os cariocas evitaram um desastre e terminaram o torneio na terceira posição. Com 54 pontos, o Ceará ficou na 10.ª colocação e permanece na Série B.
Com a necessidade de vencer o jogo, a torcida cruzmaltina comprou todos os ingressos para a partida. Porém, o que deveria ser apoio, se transformou em pressão. Apesar da média de idade ser de 30,3 anos e de oito dos 11 titulares ter idade superior a 33 anos, o time era puro nervosismo e medo de não conseguir o acesso para a Série A. Sem conseguir manter a posse de bola, o time abusava dos passes errados e não tinha criatividade. Era tudo na individualidade, como aos 11 minutos, quando Thalles girou para cima de Ewerton Páscoa e chutou forte para a boa defesa de Éverson.
Foi a única vez que levou perigo ao adversário. Com a tensão cada vez maior, os erros se intensificaram e o Ceará começou a chegar no contra-ataque. Aos 16 minutos, os cearenses atacaram cinco contra três, mas não conseguiram aproveitar a vantagem numérica. Seguro durante toda a temporada, o goleiro uruguaio Martin Silva também sentiu a pressão e se atrapalhou em dois chutes. Por sorte não sofreu o gol.
Porém, na terceira tentativa, a falha foi cruel. Aos 27 minutos, após novo passe errado no meio de campo, Eduardo arriscou de longa distância e pegou Martin Silva desprevenido: 1 a 0. A torcida intensificou o protesto contra Eurico Miranda e começou a gritar Oeste, que fez 2 a 0 em cima do Náutico, no Recife, ainda no primeiro tempo.
Na etapa final, bastaram quatro minutos para a virada. Eder Luis, que entrou no lugar do vaiado Diguinho, chutou forte, Éverson deu rebote e Thalles empatou o jogo, aos 2 minutos: 1 a 1. Aos 4, Madson cobrou lateral na área, Jorge Henrique ajeitou e Thalles marcou o segundo: 2 a 1. De forma imediata, o Ceará respondeu na sequência com Wescley. O atacante recebeu livre na área e tocou por cima de Martin Silva. A bola bateu no travessão. O novo susto não intimidou a torcida, que esqueceu a campanha ruim da Série B e passou a ser total apoio ao time.
Ficha Técnica: Vasco 2 x 1 Ceará, no sábado (27), no estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro (RJ). Renda: R$ 924.630,00. Público: 49.259 pagantes (56.426 no total). Árbitros: Thiago Duarte Peixoto, e assistentes Danilo Ricardo Simon Manis e Herman Brumel Vani, todos de São Paulo. Gols: Eduardo, aos 27min do 1º tempo (Ceará) e Thales, aos 2 min e aos 4min do 2º tempo. Vasco: Martín Silva; Madson (William), Rafael Marques, Rodrigo e Júlio Cesar; Diguinho (Éder Luis), Douglas Luiz, Andrezinho e Nenê; Jorge Henrique (Julio dos Santos) e Thalles. Técnico: Jorginho. Ceará: Éverson; Tiago Cametá, Eweton Páscoa, Valdo e Eduardo; Richardson, Felipe Menezes, Felipe (Ricardinho) e Wescley; Lelê (Robinho) e Bill (Rafael Costa). Técnico: Sérgio Soares.
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