Libbs inaugura primeira fábrica de anticorpos monoclonais em escala industrial no Brasil

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Da Redação – A Libbs, indústria farmacêutica 100% brasileira, lança sua fábrica Biotec para produção e desenvolvimento de medicamentos biológicos à base de anticorpos monoclonais em escala industrial, que contribuirá para o tratamento de câncer e doenças autoimunes. O projeto contará com um investimento de até R$ 500 milhões.

Para a construção da fábrica, já foram aplicados R$227 milhões de um total de R$ 250 milhões. Esse valor foi financiado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Já para a condução dos estudos clínicos, o aporte chegará a R$ 250 milhões, repassados pela Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP), vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC).

Incorporar a tecnologia de produção desses medicamentos em nosso país é de fundamental importância, pois, segundo o Ministério da Saúde, atualmente os biológicos consomem 43% dos seus recursos, cerca de R$ 4 bilhões por ano, apesar de representarem apenas 5% da quantidade adquirida de medicamentos. “Isso tende a aumentar devido à elevação da expectativa de vida da população e aos avanços terapêuticos cada vez mais focados em medicamentos biológicos”, explica a diretora de Relações Institucionais da Libbs, Marcia Bueno.

A Biotec terá capacidade total para produção de mais de 400 kg de biofármacos por ano. Os primeiros seis medicamentos a serem produzidos pela indústria são o rituximabe, trastuzumabe, bevacizumabe, palivizumabe, adalimumabe e etanercepte. Todos focados em Parcerias para o Desenvolvimento Produtivo (PDPs), programa de estímulo à produção nacional de fármacos e medicamentos do Ministério da Saúde, que prevê a transferência de conhecimento para laboratórios públicos – que, no caso da Libbs, será o Instituto de Pesquisa Butantan.

Para o Presidente da Libbs, Alcebíades Athayde Júnior, este é um projeto que começou a ser idealizado há muito tempo e que foi tomando forma aos poucos, com muito planejamento, organização e envolvimento de todos da equipe. “Depois de muito trabalho, estamos prontos para produzir medicamentos biológicos aqui no Brasil e vamos contribuir para torná-los mais acessíveis, a fim de reduzir a atual dependência tecnológica e vulnerabilidade em relação ao mercado internacional”, afirma o CEO.

A fábrica contará com uma tecnologia inovadora no seu sistema produtivo: o single-use. Nesse caso, os biorreatores, onde são produzidos os anticorpos monoclonais, recebem bolsas descartáveis, que tem como sua principal vantagem a flexibilidade e a otimização do processo, já que dispensam operações complexas de descontaminação e assepsia dos equipamentos. “Promovemos a economia de 80% de água e 90% de produtos de limpeza, uma vez que, depois de usadas, as bolsas são esterilizadas e incineradas. Para os pacientes, o processo garante qualidade, evitando o risco de contaminação cruzada nas etapas produtivas”, completa Marco Dacal, Diretor da área B2B.

Libbs e suas parcerias – A Libbs estabeleceu parceria com a mAbxience, empresa do grupo Chemo, para a transferência de tecnologia dos biofármacos que irá produzir para tratamento de câncer e doenças autoimunes. Os dois primeiros que estão em fase mais avançada de desenvolvimento clínico são o rituximabe e o bevacizumabe. Mas, antes mesmo de chegar ao mercado, o rituximabe, da Libbs, já fez história: foi alvo do primeiro estudo clínico de um anticorpo monoclonal biossimilar conduzido por uma empresa brasileira.

A empresa também assinou uma parceria para um projeto da Universidade de Utrech, na Holanda. O projeto visa ao desenvolvimento do biossimilar do palivizumabe, um anticorpo monoclonal indicado para prevenir a infecção pelo vírus sincicial respiratório em bebês prematuros. O projeto será coordenado pela Universidade de Utrech, com o apoio da Organização Mundial da Saúde (OMS) e será desenvolvido pelas empresas mAbxience, Medigen – indústria farmacêutica do Taiwan – e pela Spimaco, farmacêutica da Arábia Saudita.

Projeto: Tempo é Saúde – A Vida em primeiro Lugar, contrapartida para a construção da Biotec – Além do investimento destinado à inauguração de sua fábrica de medicamentos biológicos, a farmacêutica Libbs ainda empregou aproximadamente R$ 2,6 milhões na criação do projeto social Tempo é Saúde – A Vida em primeiro Lugar. O programa foi estruturado com base em uma pesquisa etnográfica feita em Embu das Artes, para avaliar a qualidade do serviço público de saúde na região. “Por sermos uma empresa da área de saúde instalada no município, nos comprometemos em levar melhorias nesse setor para os moradores”, diz a Diretora de Relações Institucionais da Libbs, Marcia Bueno. “Pensamos muito nas necessidades da população e resolvemos fazer um projeto inovador para otimizar a gestão de saúde”, completa a Secretária de Saúde de Embu das Artes, Sandra Magali Fihlie.

Por meio da parceria entre a Libbs, a Prefeitura de Embu das Artes, o Ministério da Saúde e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), foi possível promover mudanças efetivas e duradouras no serviço público de saúde do município. O primeiro pilar do projeto foi a implantação do e-SUS, software de gestão pública desenvolvido pelo Ministério da Saúde, a fim de informatizar o atendimento e promover a organização de dados. “Com esse sistema, conseguimos acessar todos os dados dos pacientes por meio da carteirinha do SUS. Isso trouxe muita agilidade para o dia a dia”, destaca Gerson Tavares, gerente da UBS do Jardim São Luíz. Também foi priorizada a revisão do serviço de primeiro atendimento, com o objetivo de unificar os processos e protocolos nas unidades de saúde. Já o terceiro pilar da campanha dedicou-se a promover o engajamento da população e dos servidores da área.

Seguindo o lema de criar um atendimento inclusivo, acolhedor e ágil, o programa alcançou resultados expressivos: mais de 500 servidores receberam capacitação, 16 UBS foram reformadas e dois novos postos de triagem foram criados em Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), com capacidade de 600 atendimentos por dia. Ainda foram oferecidos coachings individuais para gestores, workshops de sensibilização em grupo e bolsas de estudos em informática básica para 200 servidores. “Essa organização nos transmite mais idoneidade e confiança. Tudo ficou muito mais rápido e fácil, o que é ótimo, pois a vida pede essa praticidade”, comenta a paciente Edna Sonia de Paula.

As mudanças beneficiaram diretamente cerca de 200 mil embuenses e pelo menos 500 profissionais da área. “A parceria entre a Prefeitura de Embu das Artes e a Farmacêutica Libbs facilitou a vida do povo. Programas como esse devem servir de exemplo para todo o Brasil”, enfatiza Tavares. Na segunda fase do projeto, ganharam destaque cursos de reciclagem, além de novas tecnologias para o atendimento em prontos-socorros.

Segundo a Diretora de Relações Institucionais da Libbs, a percepção positiva dos usuários do sistema de saúde sobre a qualidade dos atendimentos nas unidades aumentou em 66 pontos percentuais, em comparação a 2015 (pesquisa anterior). Além disso, os pacientes que procuraram as unidades mais recentemente avaliaram positivamente outros indicadores importantes para o sistema, como o tempo de espera e a organização das unidades. “Ou seja, as unidades estão mais organizadas e com mais dinamismo no atendimento. Isso mostra o impacto positivo das ações de nossa parceria com o Município”, finaliza Marcia.

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