Repórter Eco faz um passeio neste domingo pela bucólica Vila de Paranapiacaba

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Biblioteca restaurada por A Pedro

A cooperação é a convicção plena de que ninguém pode chegar à meta se não chegarem todos…  Virginia Burden.

 

* Hildebrando Pafundi – O destino do próximo Repórter Eco é a bucólica Vila de Paranapiacaba, uma vilarejo inglês do século 19, patrimônio histórico localizado em área de preservação da Mata Atlântica. Inaugurada em 1867, a cidade fica bem perto da capital paulista, a cerca de 50 km, no topo da Serra do Mar, no ABC paulista. Em outra reportagem, o escritor e educador Kaká Werá fala sobre seu trabalho de divulgação da cultura indígena. E outra pauta que ganha destaque vem de estudantes da Unicamp, que registram a biodiversidade do lugar onde estudam. O programa da TV Cultura vai ao ar neste domingo (2/10), às 17h30. A apresentação é de Márcia Bongiovanni.

frame_paranapiacaba00000000A paisagem é londrina. Paranapiacaba é coberta, repentinamente, pela neblina que vem da Serra do Mar, escondendo as antigas construções de madeira erguidas sobre bases de pedra. Inclusive a Igreja do Bom Jesus do Alto da Serra, que vai desaparecendo. Na parte baixa ainda se vê a reprodução do Big Ben, o famoso relógio da capital inglesa, um dos marcos locais. Reconhecida como Patrimônio da Humanidade, a Vila é emoldurada pela Mata Atlântica, com morros cobertos de floresta. Para conhecer a cidade, os visitantes usam o trem da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos.

Outras pautas – Outra atração do programa é a reportagem sobre o trabalho de divulgação da cultura indígena feito por Kaká Werá, nativo tapuia, escritor e educador. Ao longo de sua carreira, ele já lançou inúmeras obras que registram a beleza e a riqueza cultural dos chamados povos da floresta. Seu mais recente trabalho, O Trovão e O Vento, é resultado de mais de uma década de pesquisa, realizada a partir do convívio com índios de etnia Guarani, em aldeias de São Paulo, Santa Catarina e Espírito Santo.

A publicação trata da história da tradição Tupi, que segundo arqueólogos surgiu na América do Sul, entre a Amazônia e os Andes, onde fica hoje o Acre, há doze mil anos. Depois se estendeu para o extremo sul do continente, na região da Patagônia e para o sudeste e o nordeste do Brasil, via litoral. Foi a partir dessa raiz Tupi que se formaram as etnias Guarani e Tupinambá, entre outras. Segundo o autor, “são cânticos milenares, que com a chegada dos missionários, se tornaram proibidos de serem cantados, ainda no início do século XX. E como foi um trabalho publicado em fragmentos, eu levei 12 anos para reuni-los e, finalmente, publicá-los agora”.

O programa também mostra um grupo de alunos de biologia da Unicamp (Universidade Estadual Paulista), no interior paulista, que decidiu investir em divulgação científica. Além de estudar a natureza, eles resolveram registrar a biodiversidade do lugar onde estudam e, todos os dias, colocam um flagrante no YouTube.

  • Mural Grafitado – A partir deste mês, quem passar pela Avenida Doutor José Artur da Nova, em São Miguel Paulista, poderá ver de perto 228 painéis temáticos, expostos em um quilômetro de extensão no muro da Companhia Nitro Química Brasileira. O trabalho foi realizado em tempo recorde de um mês e meio por mais de 30 profissionais, envolvendo ativistas culturais, 25 grafiteiros, educadores e historiadores. De acordo com o Ativista Cultural Valdemir Lima, o objetivo é homenagear o bairro, prestes a comemorar 394 anos. “Era uma boa oportunidade de contar, ainda, um pouco da história do Brasil e da cidade de São Paulo”, comenta Lima. A idealizadora do Projeto GrafitArte é a ONG Message Soul, que conta com o apoio da Lei Rouanet de incentivo à cultura, patrocínio da Nitro Química, Votorantim Metais, Lions Clube, Rotary Clube, Maçonaria, Colônias Japonesa, Árabe e Portuguesa e da Agência Fiquem Sabendo de Comunicação.
  • Recorde mundial? – Dentro de algumas semanas, São Miguel Paulista poderá entrar para a história novamente. Desta vez, pela criação do “maior mural temático a céu aberto do mundo”, segundo pesquisas realizadas pelo Projeto GrafitArte ao livro anual do Guinness World Records, o “Livro dos Recordes”. “Fizemos o cadastro do projeto no site do Guinness Book e nos informaram que nesta categoria não há registro. Fomos orientados a documentar tudo para que devidamente fosse incluído no livro de recordes”, comemora Lima. Além desta possibilidade, já existe propostas para que o mural grafitado entre para o calendário cultural oficial da cidade de São Paulo. Os painéis estão disponíveis para visitação na Avenida Doutor José Artur da Nova, no Distrito Jardim Helena – São Miguel Paulista, Zona Leste da capital paulista. Para mais informações, acesse: facebook.com/projetografitarte ou Instagram @projetografitarte. Até a próxima!
pafundi * Hildebrando Pafundi é escritor, jornalista, contista e cronista. Membro da Academia de Letras da Grande São Paulo, da União Brasileira de Escritores (UBE-SP) e outras entidades. Tem quatro livros publicados. Contatos com o autor e colunista pelo e-mail hpafundi@ig.com.br
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