Da Redação – Segundo 98% dos professores entrevistados em pesquisa realizada pela Eduinvest, rede educacional que oferece métodos e ferramentas para desenvolver cidadãos altamente capacitados e conscientes de suas escolhas, o desenvolvimento em sala de aula de habilidades socioemocionais é uma alavanca para o desempenho acadêmico dos estudantes.
As habilidades reúnem capacidades como autoconhecimento, colaboração e resolução de problemas – que podem ser incentivadas e praticadas na vida escolar e ajudar os estudantes a lidar com as próprias emoções, a se relacionarem com os outros e a gerenciar seus objetivos de vida.
A pesquisa realizada junto a 98 professores das redes privada e pública de São Paulo aponta que 91% dos acadêmicos entrevistados avaliam que os jovens preparados com foco nas habilidades não-cognitivas estão melhor capacitados para o futuro por conta do impacto das competências socioemocionais.
A despeito da confirmação da relevância do ensino das habilidades socioemocionais, os professores ainda não percebem as escolas engajadas em sua prática. Segundo 71,4% dos entrevistados (ou 40 professores), os colégios privados valorizam as habilidades, mas não as ensinam. A prática é percebida por uma parcela menor dos entrevistados – 14,3% do total ou 14 professores – que avaliam que os colégios já conseguem valorizar e aplicar o ensino das habilidades em sala de aula.
A percepção sobre o engajamento às habilidades socioemocionais na rede pública é ainda pior. Segundo 46% dos entrevistados (ou 45 professores), as escolas mantidas pelos poderes municipal e estadual nem valorizam o tema nem chegam à prática de ensinar as habilidades em sala de aula. Parcela semelhante (de 44% ou 43 professores) acredita que, embora valorizem tais habilidades, as escolas da rede pública não as ensinam efetivamente.
“Os resultados mostram que estamos perdendo uma chance enorme de formar melhor nossos jovens. Em nossas escolas verificamos que o ensino das habilidades socioemocionais amplia em até 40% o desempenho acadêmico dos alunos”, explica Marco Gregori, presidente da EduInvest, que reúne os colégios Anhembi Morumbi e Anchieta, ambos na Grande São Paulo. “A pesquisa confirma que isso é um fato amplo: há uma correlação clara para os professores entre o ensino das habilidades e desempenho acadêmico. Do mesmo modo, a pesquisa explicita que os professores percebem a relevância das habilidades para o futuro dos estudantes. Em outras palavras, eles têm clareza que estas habilidades tornam os alunos mais preparados para lidar com uma sociedade e um futuro em mutação e com um cenário no qual novas demandas são constantes”, completa.
Segundo os professores entrevistados, duas habilidades mostram-se especialmente importantes no cenário atual do Brasil. São elas a consciência do coletivo, apontada por 44% dos entrevistados (que podiam apontar múltiplas habilidades), e a capacidade de atuar com pensamento ativo para a resolução de desafios, elencada por 35% dos 98 professores.
Quando perguntados sobre quais habilidades socioemocionais são as mais importantes para o futuro dos jovens genericamente, os professores apontam, além da consciência do coletivo (merecedora de 85,7% das menções), a autonomia (com 83,7% de votos), a autoestima e a autoconfiança (apontadas por 81,6% da base).
“Isso mostra que os professores estão alinhados com os princípios mais modernos da educação e percebem a relevância de preparar as crianças e jovens para serem protagonistas de suas vidas”, explica Gregori. “Não há certeza sobre o que mercado de trabalho demandará nas próximas décadas. Mas se estivermos focados numa educação mais moderna – e não voltada ao século passado – isso não será um problema. Jovens e crianças formados para pensar em soluções, questionar e refletir sobre temas variados saberão fazer isso e definir as melhores respostas para lidar com o cenário”, finaliza.
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