Da Redação – “É importante nos distanciarmos dos jogos de interesse setoriais e começarmos a pensar nos interesses do País. Temos de ter decisões políticas e econômicas que beneficiem o conjunto da Nação”, alertou o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, em Almoço-Debate LIDE realizado nesta segunda-feira, 19 de setembro, no Hotel Grand Hyatt, na capital paulista.
Sob o comando de Luiz Fernando Furlan, chairman of the Board do LIDE, e Gustavo ENE, CEO, o ministro foi o convidado do LIDE – Grupo de Líderes Empresariais no evento que reuniu 622 presidentes e outras lideranças da iniciativa privada, além de autoridades como deputados federais, estaduais e secretários estaduais paulistas, como Marcos Antonio Monteiro (Planejamento e Gestão) e Ricardo Salles (Meio Ambiente).
De acordo com Meirelles, se o governo conseguir implementar as medidas de ajuste fiscal, será a primeira vez que a despesa primária em pontos de percentagem do PIB cairá, desde a aprovação da Constituição Federal, em 1988. Porém, Meirelles fez questão de enfatizar que não há como transformar, em um período de apenas um ano, um déficit fiscal de R$ 170 bilhões em superávit.
“Os gastos com Previdência Social, por exemplo, eram de 3,3% do PIB em 1991 e passaram a ser, neste ano, de 8%. Se continuar nesta trajetória, em 2060 atingirão 17,2% do PIB”, pontuou. “Se não alterarmos a Constituição, não vamos controlar as despesas primárias do País”, alertou o ministro. “À medida que essas despesas caem, a sociedade se sente mais motivada. Se olharmos a curva de confiança empresarial, ela caiu junto com o PIB, a partir de 2011. Hoje, essa confiança, e também a do consumidor, já está subindo”, disse Meirelles.
Questionado sobre o aumento dos juros reais, em meio à queda da inflação, o ministro respondeu que sempre defendeu a autonomia do Banco Central e que, quando estava no comando do BC, percebia que ministro da Fazenda dando palpite sobre juros atrapalha. “A inflação caindo é uma excelente notícia, não é uma má notícia”, afirmou.
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