Alison e Bruno atropelam italianos e faturam o ouro no vôlei de praia

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Da Redação – Ao vencerem os italianos Nicolai e Lupo na madrugada desta sexta-feira (19), por 2 sets a 0 (21/19, 21/17), em 45 minutos, Alison e Bruno entraram para a história do esporte brasileiro conquistando a medalha de ouro do vôlei de praia nos Jogos Olímpicos do Rio. Em casa, com 12 mil pessoas lotando a arena em Copacabana, fizeram o grito preso há 12 anos na garganta explodir. Foi o terceiro ouro do vôlei de praia brasileiro, repetindo os feitos de Jackie Silva/Sandra Pires (Atlanta-1996) e Ricardo/Emanuel (Atenas-2004).

Ouro de Bruno Schmidt, que ouviu por mais de uma vez que, com a altura que possui – seus 1,85m – não poderia jogar voleibol. Ouro de Alison, que menos de dois anos antes dos Jogos precisou superar uma séria operação no joelho. Em seguida, apendicite. Mais uma vez hospial. Entorse no tornozelo na primeira fase. Felizmente, para o vôlei de praia brasileiro, Alison e Bruno não desistem. Dar-se por vencido não é uma opção para a dupla.

Apontado antes dos Jogos como ‘certeza’ de medalha para o país, o vôlei de praia não decepcionou. Com a prata de Ágatha e Bárbara Seixas, conquistada na última quinta, o Brasil possui agora 13 medalhas no esporte na história do maior torneio esportivo do mundo. É o país com mais medalhas. São três ouros, sete de prata e três de bronze (veja a lista abaixo).

Alison dedicou a medalha para o povo brasileiro e se emocionou ao falar de Emanuel, ex-parceiro e que estava na arena como comentarista. “É a realização de um sonho, a ficha não cairá tão cedo. Um sonho para meu país, que merece. Quem fez a diferença nesta edição dos Jogos foi a torcida. Empurrou, esteve ao nosso lado nos momentos difíceis. Nos nóssos jogos tivemos torcida, vento, chuva. Um atleta tem que passar por isso para ser campeão, com muita humildade, respeitando os outros”, disse o Mamute, que completou.

“O Emanuel me ensinou tudo que sei como atleta, um irmão mais velho. Me mostrou o caminho. Respeitar um adversário, como tratar a bola. Acreditando nos nossos sonhos. Ele estar aqui hoje, comentando nosso jogo, para mim é a realização de um sonho. Entrar para esse grupo seleto de campeões olímpicos é incrível, não tenho palavras. Devo muita coisa a ele e ele sabe disso”, completou o capixaba.

Bruno Schmidt ressaltou o apoio do pai, Luiz Felipe, que nunca deixou o filho desistir do esporte, apesar da estatura mais baixa que os rivais. “Eu falava, ‘pai, não estou perdendo tempo?’ Meus amigos estão formados e eu aqui. Ele nunca me deixou parar, dedico tudo na minha vida a ele. Por conta dele eu estou aqui. Ele sempre acreditou em mim. Mais que eu mesmo. Ele sempre falava que nada chegaria fácil. Quando perdemos o jogo na primeira fase, meu psicológico começou a balançar. Ele novamente disse que seria difícil, mas que eu chegaria, seria campeão”, disse o campeão olímpico.

O brasiliense também lembrou do tio, Oscar Schmidt, ídolo do basquete e ínco do esporte brasileiro. Um pedido para que a medalha olímpica fosse conquistada para a família. “Era algo que queria muito (o ouro), que persegui desde o começo da minha carreira. Fazer isso tornar-se realidade, em frente ao meu povo, aos meus familiares, é algo incrível. É uma conquista não apenas para mim, mas para todos os brasileiros. Meu tio jogou cinco e pediu que trouxesse esse ouro para casa, cumpri a promessa, está aqui”, completou Bruno.

A campanha dos brasileiros contou com seis vitórias e uma derrota, ainda na primeira fase. Apenas quatro sets perdidos. Eliminaram nas oitavas de final o time da Espanha, ex-campeão europeu, nas quartas de final a dupla norte-americana, com o campeão olímpico Dalhausser, e na semifinal, os ex-campeões mundiais da Holanda. Evolução jogo a jogo.

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