Tudo caminha para mais um vexame histórico no futebol

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DSC02829* Wilson Moço – Triste, muito triste, para a ‘pátria de chuteiras’ ver o futebol medíocre da seleção masculina nesta Rio 2016. Foram dois jogos e dois empates em 0 a 0, em duelos que até poderiam ter saído com derrotas, dada a ruindade da equipe como um todo.

Para quem esperava que a geração de Neymar, Gabigol e Gabriel Jesus arrasasse África do Sul e Iraque e mostrasse que finalmente o Brasil teria forças para conquistar a obcecada primeira medalha de ouro em Olimpíada, ficou o gosto amargo de ver em campo um time de peladas, daqueles que o pessoal se encontra no bar da esquina em um domingo e vai para o campo.

Foram dois jogos que serviram para mostrar que o vexame diante da Alemanha na Copa do Mundo de 2014, naquela inesquecível derrota por 7 a 1, não foi um simples apagão como muitos quiseram fazer crer. O futebol, ou a falta dele, apresentado pela seleção é prova provada de que algo anda bem errado aqui do lado debaixo da Linha do Equador. E também não cabe mais o velho e surrado discurso de que os outros países evoluíram, que não tem mais time bobo.

A verdade é que o Brasil dorme em cima dos louros dos cinco títulos conquistados em Copas do Mundo (1958, 1962, 1970, 1994 e 2002), que lhe valeram o título informal de ‘melhor futebol do mundo’, mas não se renova. Tanto dirigentes quanto jogadores e técnicos acham que qualquer adversário vai tremer diante da camisa amarela, e que o time pode fazer os gols da vitória no momento que lhe convier.

Pode ser que esse medo existiu em outros tempos, quando em campo a seleção tinha Pelé, Garrincha, Zagallo, Zito, Djalma Santos, Pepe, Zico, Rivellino, Sócrates, Ronaldo, Romário… Enfim, atletas que eram craques, mas que acima de tudo se agigantavam quando vestiam a ‘amarelinha’, por respeito ao esporte, à carreira e aos torcedores, que deles esperavam grandes jogadas, mas também muito empenho e suor.

Eram craques, mas só faziam jogadas de efeito quando necessário, não para as câmeras de TV ou humilhar adversários. Sem contar que formavam uma equipe na acepção da palavra, posto que futebol é coletivo.

Infelizmente, nada disso se viu nesta seleção que representa o Brasil nos Jogos Olímpicos. Antes pelo contrário. De coletivo, como falado acima, não existe nada. E os craques de quem se esperava a liderança, jogadas e gols capazes de levar o time ao ouro, nem sombra.

Capitão do time, Neymar parece que ainda está em férias, não é nem arremedo do craque que se tornou ídolo do poderoso Barcelona e ganhou títulos; Gabriel Jesus reclama mais da arbitragem do que joga; Gabigol vive às turras com os adversários e às voltas com os telões nos gramados, assim como Cristiano Ronaldo, só que o gajo é infinitamente mais craque. O santista Gabriel esquece que está ali para fazer jogadas e, quando possível, gols; Renato Augusto, outro a quem caberia chamar a responsabilidade, está mais perdido do que cachorro em dia de mudança.

A culpa pelo vexame é só deles? Claro que não. Boa parcela cabe ao técnico (?) Rogério Micale – ‘quem é Micale, heim?’, diria o paginador Paulinho – e a quem o colocou ali. Seria de responsabilidade dele formar uma equipe de fato, com futebol coletivo e explorando a capacidade individual de cada jogador.

Se o Brasil não tem isso, é porque Micale não deveria estar no cargo, pois dá a impressão de que nem força tem para sacar Neymar do time. Talvez na esperança de que ele, em uma jogada, possa dar a vitória ao Brasil, em que pese o ex-jogador do Santos não ter mostrado até agora a que veio. Talvez ainda esteja com a cabeça nas baladas, no pôquer com os amigos.

Com tudo isso, o Brasil caminha para mais um vexame histórico no futebol: não passar da primeira fase dos Jogos do Rio. Ainda bem que no feminino a classificação à fase seguinte já está garantida, e justamente porque sobra nas craques comandadas pelo técnico Vadão o espírito coletivo e a gana de chegar à inédita medalha de ouro em casa.

E olha que se somar o que todas ganham não dá o salário de Neymar…

Frase:

Eu errei na Olimpíadas de Londres, em 2012, e me mandaram muitas mensagens no meu celular de que eu tentei ganhar a luta roubando e que macaca tinha de estar presa numa jaula e não numa Olimpíada. Fiquei muito traumatizada e pensei em abandonar os tatames. Aos poucos, eu superei, voltei a lutar e hoje fiz a minha família e muitos brasileiros felizes com essa conquista

Rafaela Silva, judoca brasileira, que perdeu a chance de medalha em 2012, com uma falha, e que nesta segunda-feira conquistou a primeira medalha de ouro do Brasil na Rio 2016, ao relembrar os ataques racistas sofridos por ela nas redes sociais logo após a sua derrota na Olimpíada  de Londres, em 2012


JOGO RÁPIDO

JUSTIÇA VETA REPRESSÃO À MANIFESTAÇÃO PACÍFICA

  • O juiz federal João Augusto Carneiro Araújo concedeu nesta segunda-feira (8) liminar em que proíbe o Comitê Organizador dos Jogos do Rio-2016 de reprimir manifestações políticas pacíficas no ambiente das Olimpíadas. A decisão tem como alvos, além do comitê, o governo do Estado do Rio de Janeiro e a União. A liminar determina que “os réus se abstenham de impedir a manifestação pacífica de cunho político através da exibição de cartazes, uso de camisetas e de outros meios lícitos nos locais oficiais dos Jogos Olímpicos Rio-2016”.

GINÁSTICA ARTÍSTICA FEMININA

  • A Seleção de Ginástica Artística Feminina participa nesta terça-feira (9), das 16h às 18h10, na Olimpíadas Rio 2016, da final por equipe. Individualmente, o Brasil conquistou três vagas para as finais.

GRANDE CONQUISTA

  • O mesatenista da equipe de São Caetano do Sul, Hugo Calderano, é o brasileiro com a melhor marca no Tênis de Mesa em Jogos Olímpicos ao lado de Hugo Hoyama. O atleta conseguiu o feito histórico ao bater o oponente Tang Peng, de Hong Kong, por 4 a 2 (8/11; 14/12; 11/7; 4/11; 12/10 e 11/7) na terceira rodada da competição das Olimpíadas do Rio de Janeiro no último domingo (7/8) e conquistar vaga para as oitavas de final. “Esse feito é muito importante, não só para mim, mas também para o tênis de mesa brasileiro. Acho que, talvez, estamos vivendo nossa melhor fase, Conseguir chegar longe assim, já foi uma grande conquista”, destacou.

ELIMINADO

  • Infelizmente a estada de Calderano na Rio-2016 chegou ao fim na tarde desta segunda-feira (8) ao ser derrotado nas oitavas pelo japonês Jun Mizutani, sexto melhor do mundo, por 4 a 2 (11/5, 11/6, 12/14, 8/11, 11/8 e 12/10). Após a derrota, emocionado, o mesatenista agradeceu o apoio da torcida e se declarou satisfeito com o desempenho que o coloca na história do Tênis de Mesa brasileiro.

PUNIÇÃO

  • A judoca Majlinda Kelmendi, primeira atleta do Kosovo a conquistar uma medalha de ouro olímpica, corre risco de ser proibida de competir na França. A judoca se recusou a realizar um exame antidoping fora do período de competição. Tanto a Federação Internacional de Judô (IFJ, na sigla em inglês) como o treinador de Majlinda confirmaram que a atleta, de 25 anos, não realizou um teste antidoping durante seu período de treinamento em Saint Cyprien.

O AMOR É LINDO

  • Jogadora da seleção brasileira de rúgbi, Isadora Cerullo foi pedida em casamento por sua companheira nesta segunda-feira (8). Izzy, como é conhecida, recebeu o pedido de Marjorie Enya, até então namorada e voluntária da Rio-2016. Ela disse “sim”, antes das duas se beijarem para selar a compromisso. O gesto de amor aconteceu logo após a premiação do rúgbi sevens, que consagrou a Austrália como campeã na estreia da modalidade no calendário olímpico.

 

24540_119355818076389_6557068_n* Wilson Moço é jornalista, com passagens pelos jornais Diário do Grande ABC nas funções de repórter e editor-assistente de Esportes, de Política e de Setecidades, além de redator da Primeira Página; Gazeta Esportiva, como chefe de reportagem e editor-assistente; Bom Dia ABCD, como editor; ABC Repórter, como editor; e Revista Livre Mercado, como editor-executivo, além de atuar na Secretaria de Comunicação das Prefeituras de Santo André e São Bernardo. Contatos com o autor e colunista pelo e-mail wilsonmoco53@gmail.com

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1 comentário on "Tudo caminha para mais um vexame histórico no futebol"

  1. Valdinete Ferreira da Silva

    Aprecio demais esporte, mais o que vibro mesmo é o futebol, mto triste ver essa seleção que está aí, pensei em torcer, gritar….que decepção !!!

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