Que o show de abertura da Rio 2016 sirva de exemplo a nossos atletas

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Rio de Janeiro- RJ- Brasil- 05/08/2016- Cerimônua de abertura das Olimpíadas Rio 2016, no estádio do Maracanã. Foto: Ricardo Stuckert/ CBF

Cerimônia de abertura das Olimpíadas Rio 2016, no estádio do Maracanã. Foto: Ricardo Stuckert/CBF

* Wilson Moço – Com tantas opções interessantes no campo esportivo ou mesmo fora rolando ao mesmo tempo nestes Jogos Olímpicos Rio 2016, desde a sexta-feira tinha pensado em dar destaque para o futebol masculino, que entra em campo neste domingo para seu segundo jogo, depois do fiasco no empate em 0 a 0 com a África do Sul.

Mas, depois de ver o maravilhoso espetáculo da abertura oficial, na noite de sexta-feira no Maracanã, é impossível não tocar no assunto, mesmo que com certo atraso. Pois a roda gira, a bola rola, sobe e desce em chutes, cortadas e aces. E os (as) ginastas fazem suas acrobacias, a turma da natação corta a água em rápidas braçadas e tal e cousa e lousa, como diria o brilhante cronista Alberto Helena Jr.

Mas, voltando à abertura, simplesmente foi de impressionar pela beleza e pela simplicidade com que a Rio 2016 foi apresentada ao mundo e acompanhada por mais de 3 bilhões de pessoas. Mesmo os mais céticos, e me incluo nessa lista, se surpreendeu. Até porque, antes da noite de sexta-feira não faltaram motivos para que o brasileiro tivesse medo de passar por um vexame ao vivo e em cores diante do mundo inteiro. Você deve se lembrar das reclamações da delegação australiana sobre as condições das instalações na Vila Olímpica, da equipe que teve de passar no meio de um tiroteio, da poluição na Baía de Guanabara, onde serão disputadas as provas de vela, do atraso em obras…

Mas não foi o que aconteceu. Antes, pelo contrário. O espetáculo enaltecido pela imprensa do mundo todo neste sábado mostrou que o brasileiro comum (ou quase) consegue fazer mais com menos. Afinal, segundo reportagem da rede detentora dos direitos de transmissão, a festa custou um décimo do que foi gasto na abertura dos Jogos de Londres (Inglaterra) e de Pequim (China). E foi linda, com certeza. E de uma simplicidade que encantou justamente por isso.

Ao invés de recursos usados nas produções de filmes de Hollywood, os responsáveis pela criação do show apostaram em desenvolver apresentações que atingissem a mente e o coração das pessoas, inclusive com tema que está no centro das discussões mundo afora, mas com poucos resultados: a proteção ao meio ambiente e o combate ao aquecimento global. Se isso vai mudar alguma coisa na mente de quem pode de fato fazer algo para mudar não importa. O fato é que a mensagem foi dada, e endossada pelos cerca de 11 mil atletas que disputam os Jogos do Rio, que daqui a alguns anos poderão voltar e visitar a floresta (ou parque) que vai nascer das 15 mil sementes que foram deixadas pelas delegações durante a festa de abertura.

Que a festa da noite de sexta-feira sirva de exemplo para as pessoas responsáveis por conduzir os destinos de cidades, Estados e, sobretudo, do Brasil. Ali ficou claro que é possível fazer mais com menos, desde que o objetivo seja fazer o melhor pelo povo, e não apenas fazer o melhor para si mesmo ou seu grupo.

Ali, na festa de abertura dos Jogos Olímpicos do Rio, ficou claro que o brasileiro está acima da crise política que paralisa o Brasil, inclusive intensificando a crise econômica, há pouco mais de dois anos. Ali no Maracanã, no show de paz, amor, solidariedade e confraternização entre os povos, o Brasil mostrou que é possível construir um mundo melhor para todos. Basta fazer com simplicidade, com amor e respeito e pensando no próximo.

Quanto ao jogo da seleção masculina de futebol deste domingo, que Neymar e cia. se inspirem no show de abertura da Rio 2016 e joguem com simplicidade, porque firulas podem até encantar a pátria de chuteiras, mas nem sempre levam ao resultado que interessa, a vitória.

E a abertura foi um golaço!

 

Frase:

A sensação é de dever cumprido. Nós batalhamos muito para estar aqui, para ganhar essa medalha. Até hoje de manhã eu não achava que a torcida faria tanta diferença, mas na final foi muito legal essa energia

Felipe Wu, atleta brasileiro do tiro esportivo que ganhou a primeira medalha do Brasil na Rio 2016, ao ficar em segundo lugar na categoria pistola de ar 10m


 

JOGO RÁPIDO

 

OSCAR FOI UNANIMIDADE PARA A TORCIDA

  • Quem defendia o nome do ex-jogador de basquete Oscar Schmidt para acender a Pira Olímpica na Rio 2016 deve ter ficado com a alma lavada ao assistir a solenidade de abertura oficial das Olimpíadas, no estádio do Maracanã. Oscar foi o mais ovacionado e aplaudido de pé pela torcida brasileira. Pouca gente sabe, mas Oscar tinha convite para jogar na Liga Profissional da NBA, mas rejeitou a profissionalização para jogar a Olimpíada pelo Brasil. Isso sim é espírito olímpico. Boa Oscar, tu fez muito pelo basquetebol brasileiro e seu nome ficará marcado para sempre na memória do torcedor brasileiro.

EM RITMO DE TREINO

  • Diante de um público que lotou o Maracanãzinho e um rival sem tradição, a seleção feminina de vôlei passou em ritmo de treino por seu primeiro teste nos Jogos Olímpicos. O Brasil bateu Camarões por 3 sets a 0 (25/14, 25/21 e 25/13) neste sábado à tarde. Fernanda Garay terminou como a maior pontuadora. Ela e Leia foram as únicas que ficaram em quadra durante os três sets. O próximo compromisso do Brasil está marcado para a segunda-feira, às 22h35, contra a Argentina. Coreia do Sul, Japão e Rússia também fazem parte do grupo A.

SUSTO NO VÔLEI DE PRAIA

  • O vôlei de praia feminino do Brasil estreou com pé direito neste sábado na Olimpíadas Rio 2016. Apesar de terem começado perdendo o primeiro set para as tchecas Slukova e Hermannova, a dupla brasileira formada por Agatha e Bárbara virou e venceu por 2 a 1, com parciais de 19/21, 21/17 e 15/11, neste sábado, na Arena do Vôlei, na Praia de Copacabana. As brasileiras tiveram muitas dificuldades no primeiro set. Apesar de se destacar no bloqueio, a dupla verde-amarela sofreu com as bolas no fundo, bem exploradas pelas tchecas. Mas nos sets seguintes, com o forte apoio da torcida, as brasileiras voltaram mais concentradas, reagiram e venceram por 2 a 1.

SUPER MEDALHISTA NA PRAIA

  • O Brasil é o país com mais medalhas no vôlei de praia nos Jogos Olímpicos. Desde Atlanta-1996, ao menos uma medalha é conquistada. São 11 no total, sendo duas de ouro, seis de prata e três de bronze.

BRASILEIROS VENCEM E JORNALISTA DESMAIA NA ARENA

  • No jogo de estreia dos brasileiros Alison e Bruno Schmidt, que venceram por 2 sets a 0 os canadenses Binstock e Schachter, um jornalista inglês passou mal por conta do forte calor e acabou desmaiando na Arena do Vôlei de Praia. O inglês Stephan Crossmann, da BBC, desmaiou e teve de ser atendido no posto médico da arena. Logo em seguida, ele foi liberado e voltou a trabalhar.

BOXE TEM UMA VITÓRIA E UMA DERROTA

  • O boxeador brasileiro peso pesado Juan Nogueira estreou nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro neste sábado (6) contra o australiano Jason Eric Whateley. O atleta, que foi medalha de bronze nos Jogos Sul-Americanos de 2014, no Chile, é uma das principais apostas da delegação brasileira na categoria. Outro brasileiro, Patrick Lourenço, estreou neste sábado (6) contra o colombiano Yurberjen Martínez. Após três rounds, o peso mosca ligeiro acabou superado pelo rival e deu adeus ao torneio.

TORCIDA BARULHENTA

  • A torcida brasileira fez barulho durante toda a final do tiro com pistola 10m. O público foi privilegiado por uma nova regra do esporte, criada em 2014, que permite a livre manifestação dos torcedores no local de prova. “Wu, Wu, Wu”, cantavam os brasileiros que, para os padrões do tiro esportivo, gritaram alto no Centro Olímpico de Tiro quando os adversários atiravam. Mas quando um russo puxou uma vuvuzela em hora errada, quase deu confusão na arquibancada.

 

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* Wilson Moço é jornalista, com passagens pelos jornais Diário do Grande ABC nas funções de repórter e editor-assistente de Esportes, de Política e de Setecidades, além de redator da Primeira Página; Gazeta Esportiva, como chefe de reportagem e editor-assistente; Bom Dia ABCD, como editor; ABC Repórter, como editor; e Revista Livre Mercado, como editor-executivo, além de atuar na Secretaria de Comunicação das Prefeituras de Santo André e São Bernardo. Contatos com o autor e colunista pelo e-mail wilsonmoco53@gmail.com

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