‘Patinho feio’, ginástica é esperança de medalhas a partir de hoje

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FIG World Challenge Cup Brasil 2016 | CBG - Confederacao Brasileira de Ginastica | Photo: RicardoBufolin/CBG

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Wilson Moço – Argolas, barra fixa, barras paralelas, cavalo com alças, trave olímpica, paralelas assimétricas, mesa (ginástica) e solo (ginástica). Não resta a menor dúvida de que milhões e milhões de brasileiros desconhecem completamente que esses equipamentos estão ligados ao esporte. E certamente nem imaginam que é justamente nas acrobacias que os atletas fazem nos exercícios obrigatórios da ginástica artística que o Brasil tem grandes chances de conquistar medalhas de ouro nos Jogos Olímpicos do Rio. E a corrida começa neste sábado.

É certeza também que muita gente que gosta de ver os movimentos leves da ginástica de solo ou a agilidade e força dos atletas em exercícios nas argolas, nas barras assimétricas ou no cavalo com alças sequer imagina como são as regras. Mas isso não vem ao caso, o que vale é o espetáculo proporcionado pela ginástica artística, uma das modalidades mais tracionais dos Jogos, e que faz parte do programa olímpico desde a primeira edição da competição na Era Moderna, em Atenas (Grécia) 1896.

Atletas de países como Rússia, Ucrânia, Romênia, China, Japão, Coréia do Norte, Tchecoslováquia, Alemanha, Estados Unidos, Itália e Hungria historicamente estão entre os favoritos à medalha de ouro nos Jogos Olímpicos. Só que nos últimos anos os brasileiros começaram a dar o ar da graça e incomodar os todo-poderosos donos das argolas, barras, cavalo com alças etc e tal. Não porque a modalidade tenha passado a ser prioridade de investimento de governos, clubes ou patrocinadores, mas porque os atletas perceberam que poderiam entrar no seleto clube de vencedores e passaram a se dedicar cada vez mais. São horas e horas de treinos diários.

E perceberam que poderiam estar entre os melhores inspirados nos bons resultados alcançados primeiramente por Diego Hypólito, bicampeão mundial (2005 e 2007) e vice em 2006 na prova de solo, e Daiane dos Santos, quinta colocada na mesma prova nos Jogos Olímpicos de Atenas 2004, além de ter conquistado várias medalhas em torneios pelo mundo. Antes deles, o maior destaque do Brasil na modalidade tinha sido Luisa Parente, 34º lugar na Olimpíada de Seul 1988, melhor posição de um brasileiro até então na modalidade.

Tanto Diego quanto Daiane tiveram papel fundamental para a melhora da qualidade técnica da ginástica artística no Brasil e serviram de inspiração para atletas como Arthur Zanetti, medalha de ouro nas argolas nos Jogos Olímpicos de Londres, em 2012, Sérgio Sasaki, Arthur Nory, Francisco Barretto, Daniele Hypolito, Flávia Saraiva, Lorrane dos Santos, Rebeca Andrade e Jade Barbosa, que tem apenas 16 anos e conquistou a medalha de ouro nos Jogos Pan-Americanos do Rio, em 2007. Nas mãos, nos pés e no gingado desse grupo está a esperança de medalhas de ouro para o Brasil.

Mas Diego Hypolito é a prova de que apoio é fundamental para o esporte de alto rendimento. O ginasta nascido em Santo André por pouco não encerrou a carreira há pouco mais de dois anos, quando deixou o Flamengo (RJ) e ficou cerca de um ano sem clube, até acertar sua vinda para São Bernardo, em junho de 2014. Ali começava um novo ciclo para aquele que era o maior nome da ginástica brasileira, sobretudo porque a cidade tinha acabado de inaugurar o Centro de Ginástica, local que conta com equipamentos de ponta e que lhe permitiu voltar a competir em alto nível, a ponto de ser chamado para formar na seleção brasileira que está nos Jogos Olímpicos. Para coroar o renascimento, só lhe falta ganhar o ouro na cidade onde viveu boa parte de sua vida de atleta.

Frase:

Acreditem sempre nos seus sonhos. Isso aqui era um sonho, e hoje virou realidade

Carlos Arthur Nuzman, presidente do Comitê Olímpico Brasileiro, em seu discurso de abertura das Olimpíadas Rio 2016, no estádio do Maracanã.


JOGO RÁPIDO

BOLA INCOMODA ASTROS DOS EUA

  • Não é de hoje que os astros da NBA têm que se acostumar com as regras do basquete da Federação Internacional (FIBA), adotadas durante os Jogos Olímpicos. E na Rio 2016 o ‘Dream Team’ norte-americano tem de se adaptar a mais uma vez. Além de algumas regras, a bola e dimensão da linha dos três pontos são mais curtas no basquete FIBA. A bola, inclusive, talvez seja o tópico que mais incomoda os jogadores. A bola oficial da Rio 2016 foi lançada em abril e com um detalhe exclusivo em verde e amarelo para o Pré-Olímpico e os Jogos. Ela custa no site oficial da marca US$ 139 (R$ 444). “A maior dificuldade está em controlar e sentir a bola, não em arremessar. É claramente é diferente. Quando fica úmida, é muito escorregadia”, disse Paul George, ala da seleção norte-americana e do Indiana Pacers.

MÍDIAS SOCIAIS MUDAM JEITO DE VER OS JOGOS

  • Desde a primeira transmissão ao vivo por rádio em Antuérpia, em 1924, os Jogos Olímpicos sempre usaram tecnologias inovadoras de comunicação para levar a competição a todo o mundo. Este ano, na Rio 2016, os smartphones e as mídias sociais vão deixar os torcedores mais próximos do que nunca da competição e da vida na Vila Olímpica, pois vão transformar atletas e torcedores em produtores de conteúdo e mudar a experiência de assistir aos Jogos. “Os Jogos de Londres foram das mídias sociais, esses serão dos dispositivos móveis. Nossa expectativa é de que 85% de nossa audiência venham de dispositivos móveis”, diz Adriana Garcia, diretora de comunicação digital da Rio 2016.”

SUSTENTABILIDADE JUNTA RIO 2016 E ONU

  • Alinhado às mais modernas práticas de sustentabilidade e legado ambiental, a Rio 2016 conta com a participação ativa do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pruma). O órgão internacional, uma das maiores autoridades quando o assunto é ecologia, desenvolveu série de recomendações e suporte técnico para que o Rio aproveite a oportunidade e estabeleça práticas ambientais compatíveis com as necessidades atuais. “Hoje, os Jogos têm equipes que cuidam da flora e prestam auxílio aos animais em áreas de competição. É claro que ainda há muito passivo ambiental no Rio, mas ele está sendo debatido e enfrentado como nunca”, diz Erik Solheim, diretor executivo do Pruma, que visitou o Parque Olímpico e conheceu todos os projetos de sustentabilidade desenvolvidos no local.

GABI, ‘BAIXINHA’ SEM MEDO DAS GIGANTES

  • Gabriela Guimarães, a Gabi, é uma ‘baixinha’. Com 1,80m de altura, é essa a impressão que fica quando se pensa nas ‘gigantes’ atacantes russas, com média de 1,94m. Mas a caçula da seleção brasileira de vôlei, hoje com 22 anos, compensa a diferença com técnica, impulsão, visão de jogo e, principalmente, valentia. É com muita tranquilidade que se diz preparada para os Jogos Olímpicos, que começa para as brasileiras neste sábado (6), às 15h, no Maracanãzinho, contra Camarões.”Não tenho medo, não. Quanto mais mãos eu tiver na m inha frente, mais tenho campo para trabalhar, explorar o bloqueio”, diz a mineira de Belo Horizonte.

NUZMAN TREMEU ATÉ NO DISCURSO E SOLTOU UMA PÉROLA

  • O ex-jogador de vôlei Carlos Arthur Nuzman, presidente do Comitê Olímpico Brasileiro, fez um grande discurso na abertura oficial da Olimpíada do Rio de Janeiro. Mas cometeu um deslize na versão em inglês do seu discurso e o assunto ganhou as redes sociais e virou a piada da noite. Já no fim de sua participação, Nuzman usou a palavra “sex” (sexo) no lugar de “success” (sucesso) e rapidamente a fala invadiu as redes sociais. Memes e piadinhas trataram logo de viralizar a gafe.

24540_119355818076389_6557068_n* Wilson Moço é jornalista, com passagens pelos jornais Diário do Grande ABC nas funções de repórter e editor-assistente de Esportes, de Política e de Setecidades, além de redator da Primeira Página; Gazeta Esportiva, como chefe de reportagem e editor-assistente; Bom Dia ABCD, como editor; ABC

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