* Osmar Junqueira Lima – Vamos comentar nesse espaço sobre algumas palavras do dia a dia. Olhando uma manchete, dias desses em um conhecido jornal da região, lá estava escrito “aonde está a água de Santo André?” Há na manchete erro, pois ‘aonde’ é usado com verbos que indicam movimento, diga, corretamente, aonde você vai e não onde você vai, usa-se ‘onde’ para indicar o lugar, onde está a água de Santo André?
Outro dia ouvi da balconista, ao perguntar se o freguês desejava mais alguma coisa, ela disse ‘mas alguma coisa’? A balconista deveria ter dito, corretamente, ‘mais alguma coisa’ e não ‘mas’. Mais é advérbio de intensidade, pode dar também ideia de adição. É o contrário de menos, ‘ele é mais inteligente que o colega’, ‘O paciente precisa de mais assistência’. Mas é conjunção adversativa, indica contrariedade. Pode ser substituída por outra conjunção adversativa como porém, contudo, todavia, entretanto, etc.
Outro erro comum dos nossos falantes é com o emprego de ‘a’ e ‘há’, ‘a’ é usado para indicar tempo futuro. Daqui a três semanas irei a Londres. O vereador voltará daqui a uma semana; usa-se ‘há’ quando indica tempo transcorrido, há muito tempo não o vejo, há vinte anos estive aqui.
Outra confusão muito comum é com o emprego de ‘senão’ e ‘se não’; senão equivale a caso contrário, venha logo senão vai chegar atrasado; se não equivale a se por acaso não, é conjunção condicional se seguida do advérbio de negação não. O que acontecerá se não chover? Se não pagar a conta, terá o nome protestado.
Até a próxima!
* Osmar Junqueira Lima é professor de Português (Literatura e Letras Modernas), ex-coordenador do Curso Objetivo e um dos fundadores da Unidade de Santo André do Objetivo e editorialista do site CliqueABC. Contato com o colunista pelo e-mail professor.osmar.junqueira@gmail.com
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