Nenhum país do mundo, por mais rico que seja, joga tanta coisa fora quanto o Brasil. Há no Brasil mais de cinco mil obras paralisadas causando enormes prejuízos à população.
São refinarias que não saíram do papel, da pedra fundamental, outras refinarias com atrasos de anos com custos que quadruplicam as previsões iniciais. A ferrovia Norte-Sul que seria a coluna do Brasil, a Belém – Rio Grande do Sul teve, em 2014, o percurso Tocantins – Anápolis inaugurado pela presidente e até hoje nem meia dúzia de comboios passou pela ferrovia; o mato cresce entre os dormentes e trilhos, o que se vê ao longo da ferrovia Norte-Sul é a imagem do abandono e da desilusão dos que contavam com o progresso proporcionado pela ferrovia.
A Fiol (Ferrovia Integrada Oeste-Leste), Tocantins – Ilhéus está a meio caminho sem solução. O presidente da Rede Ferroviária diz que não pode concluir a Fiol sem a construção do porto de Ilhéus, porque a construção do porto de Ilhéus é de responsabilidade do Governo da Bahia, enquanto isso, o tempo passa, o país perde, a população paga caro uma conta que lhe é imposta pelo governo.
Nesses últimos oito anos, o Brasil perdeu mais de 23 mil leitos hospitalares na rede pública, são crianças jogadas, amontoadas em corredores, velhos sem assistência, mulheres que dão à luz em condições precárias, por causa do desperdício do dinheiro público.
As obras, com muito atraso, quando ficam prontas custam dez vezes mais do que o custo inicial. As escolas construídas, provisoriamente, nos anos noventa do século passado estão em condições precaríssimas, funcionando, todavia a construção definitiva ainda está no papel.
Das mais de vinte metas do Plano Nacional de educação só uma foi posta em prática até hoje. Nossa educação por falta de gestão de qualidade não evolui. O mundo está na quarta revolução industrial, com uma aplicação forte em tecnologia em TI, com recursos aplicados na educação e tecnologia e o Brasil estacionado no tempo. Entre os cento e trinta países mais desenvolvidos em tecnologia (TI), o Brasil ocupa a modesta posição de septuagésimo segundo lugar (72°) no mundo.
Para todos os lados que se olha, há muito desperdício, muito desvio de dinheiro, em todas as obras há muitos aditivos, pouca responsabilidade dos governantes, muito descaso com os recursos públicos e, parece, um desrespeito com a população.
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