Da Redação – O índice de desemprego nas cidades do ABC subiu para 17,1% em maio, após ficar estável em 16,7% em abril. A ocupação na Indústria de Transformação, no entanto, cresceu 3,6%. Os números constam da Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED), realizada pela Fundação Seade e pelo Dieese, em parceria com o Consórcio Intermunicipal Grande ABC, apresentada nesta quarta-feira (29) na sede da entidade regional. “Apesar do crescimento registrado em maio, a ocupação na indústria está abaixo do mesmo período de 2015”, afirmou Márcia Guerra, técnica da Fundação Seade, durante a divulgação da pesquisa, na sede da entidade regional.
O número de desempregados em maio foi estimado em 243 mil pessoas, 10 mil a mais do que no mês anterior. No mês passado, ocorreu a geração de 9 mil postos de trabalho, responsável por um avanço de 0,8% no nível de ocupação. Este aumento, no entanto, foi insuficiente para absorver o ingresso de 19 mil pessoas no mercado de trabalho da região, resultando em uma alta de 1,4% na População Economicamente Ativa (PEA). “O aumento da PEA representa um sinal interessante. Afinal, em um cenário econômico muito ruim as pessoas evitam entrar no mercado de trabalho, pois consideram que não vão encontrar vagas”, disse a técnica do Seade.
No ABC, o contingente de ocupados totalizou 1.180 mil pessoas. Na análise por setores, a alta na ocupação de 3,6% na Indústria de Transformação ocorreu devido à geração de 9 mil postos de trabalho, apesar do desempenho negativo da metal-mecânica, que perdeu 2 mil postos (queda de 1,5%). Também no lado positivo, os Serviços geraram 11 mil postos (alta de 1,8%). No sentido inverso, houve redução de 2,3% no Comércio e Reparação de Veículos Automotores e Motocicletas, devido à eliminação de 5 mil postos de trabalho.
O número de assalariados subiu 1,2% em maio. No setor privado, aumentou o contingente de empregados sem carteira de trabalho assinada (2,3%) e permaneceu praticamente estável entre os com carteira (-0,3%). No setor público, o número de assalariados expandiu-se em 11,5%. No mês em análise, o contingente de autônomos aumentou 3,1% – tanto para os que trabalham para o público como para empresa – e reduziu 6,7% o dos ocupados no agregado demais posições.
“Devido ao ambiente atual de instabilidade política e econômica, os empresários estão em clima de espera. Em momentos como esse, cresce o número dos trabalhadores sem carteira, sem vínculo formal com o empregador”, explicou Márcia Guerra.
Entre março e abril de 2016, cresceram os rendimentos médios reais de ocupados (0,7%) e assalariados (1,8%), que passaram a equivaler a R$ 2.024 e R$ 2.135, respectivamente. Também cresceram as massas de rendimentos de ocupados (2,9%) e assalariados (2,0%), no primeiro caso, em decorrência de aumento do nível de ocupação e, em menor proporção, do rendimento médio real e, para os assalariados, devido, exclusivamente, ao aumento do salário médio real, uma vez que permaneceu estável o nível de emprego. Apesar do crescimento, os rendimentos médios e as massas de rendimentos de ocupados estão em patamares inferiores ao mesmo período do ano passado, ressaltou a técnica do Seade.
Comportamento em 12 meses – O índice de desemprego total no ABC em maio deste ano (17,1%) superou o registrado no mesmo mês de 2015 (12,7%). O contingente de desempregados aumentou em 63 mil pessoas, como resultado da retração de 4,7% do nível de ocupação (eliminação de 58 mil postos de trabalho) e da variação positiva de 0,4% da População Economicamente Ativa (PEA), com 5 mil pessoas ingressando na força de trabalho da região. “Em um ano, aumentou o número de pessoas pressionando o mercado de trabalho”, apontou a técnica do Seade.
Entre maio de 2015 e de 2016, o nível de ocupação diminuiu 4,7%. Na ótica setorial, o resultado foi influenciado pela retração de 14,9% na Indústria de Transformação, com destaque para a metal-mecânica (queda de 17,4%, ou perda de 28 mil postos. No sentido inverso, houve crescimento de 1,3% nos Serviços (geração de 8 mil postos de trabalho) e de 1,5% no Comércio e Reparação de Veículos Automotores e Motocicletas (3 mil novos postos).
O nível de assalariamento caiu 4% nos últimos 12 meses. No setor privado, o contingente de assalariados com carteira de trabalho assinada caiu 4,6%, enquanto houve ligeiro aumento de 1,1% entre os sem carteira. O emprego público recuou 4,9%. No mesmo período, cresceu o número de autônomos (2,1%) – com destaque para o aumento dos que trabalham para o público (20,0%) e para a retração daqueles que trabalham para empresa (-19,1%).
Entre abril de 2015 e de 2016, diminuíram os rendimentos médios reais de ocupados (-14,3%) e assalariados (-11,6%). Também recuaram, as massas de rendimentos reais dos ocupados (-19,0%) e dos assalariados (-17,7%), em ambos os casos, devido às reduções nos rendimentos médios reais e, em menor proporção, no nível de ocupação.
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