Da Redação – Deputados do PSDB criticaram nesta terça-feira (28) a suspensão das sessões deliberativas no plenário da Câmara pelo presidente interino, Waldir Maranhão (PP-MA). Por decisão de Maranhão, a Casa realizará apenas sessões solenes, de debates e comissão geral nesta semana.
Mesmo com a paralisação dos trabalhos, a maioria da bancada tucana marcou presença no plenário. Em discursos, parlamentares do partido cobraram a retomada urgente dos trabalhos. A Casa perdeu mais um dia para analisar propostas importantes para o país, lamentou Eduardo Cury (SP). Segundo ele, a Câmara deveria dar o exemplo e mostrar à sociedade que está disposta a apreciar as matérias em pauta.
O tucano fez um apelo para que Maranhão destranque os trabalhos. Reformas essenciais, como a da previdência, a tributária e a política precisam ser debatidas pelos parlamentares. “Não tem sentido fazermos isso em casa. Aqui é o Parlamento, aqui é a Casa onde a sociedade se sente representada, ou, pelo menos, deveria sentir-se representada. Para isso, temos que trabalhar”, disse.
Na última sexta-feira (24), a bancada do PSDB na Câmara divulgou nota reprovando a suspensão das sessões. Para o líder, deputado Antonio Imbassahy (BA), a decisão foi “reprovável e absolutamente contrária ao interesse público”. O líder avalia que o momento exige um esforço em prol da reconstrução nacional e da recuperação da economia, e o trabalho do Parlamento faz parte desse processo.
O deputado Fábio Sousa (GO) afirmou que o presidente interino tem surpreendido os colegas com tamanho despreparo e falta de compromisso. Ele criticou a inconsistência de Maranhão, que convocou e cancelou a sessão repetidas vezes nos últimos dias. O tucano chamou atenção para a próxima eleição da Mesa. “Ao elegermos um novo Presidente desta Casa e os membros da Mesa Diretora da Casa, devemos eleger um Vice-Presidente que tenha altivez, estrutura e estatura para também presidir a Casa, caso seja necessário”, reforçou.
Essa instabilidade também foi criticada pelo deputado Geraldo Resende (MS). Na avaliação dele, as decisões contraditórias de Maranhão fortalecem a antipatia do povo com o Congresso. No plenário, o deputado Otavio Leite (RJ) declarou que os parlamentares precisam prestar contas à sociedade e, o mínimo, é debater matérias. “É possível, regimentalmente, nós iniciarmos os debates sobre a matéria que diz respeito às Olimpíadas, que é um tema urgente. Não vejo por que ficarmos nessa paralisia”, completou.
Para Lobbe Neto (SP), a decisão do presidente interino demonstra completa falta de sintonia com a sociedade. Havia uma agenda programada, e ela foi alterada para cumprir o compromisso após a convocação feita por Maranhão para as sessões. Com o cancelamento, o que se viu foi um “papelão”. “A população exige respeito com o dinheiro público, exige ética, exige cumprimento de responsabilidades com as instituições. A Câmara dos Deputados tem que trabalhar atenta às questões nacionais”, frisou.
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