Da Redação – Vinte e quatro horas de corrida que foram definidas na última volta. A edição de 2016 das 24 Horas de Le Mans, a mais tradicional e exigente corrida de resistência do planeta, ganhou neste domingo mais um adjetivo: cruel. Neste cenário, a Audi conseguiu seu 18º pódio em sua 18ª participação na prova. O terceiro lugar foi conquistado por Lucas di Grassi, que correu em trio com Loïc Duval e Oliver Jarvis.
O resultado final foi uma surpresa geral, já que o Toyota #5 de Kazuki Nakajima, Anthony Davidson e Sébastien Buemi liderava a corrida havia mais de cem voltas e alimentava quase um minuto e meio de vantagem para o Porsche #2 de Neel Jani, Romain Dumas e Marc Lieb. A cinco minutos do final das 24 horas, pouco antes de abrir a última volta, o Toyota de Nakajima perdeu potência e velocidade com problemas técnicos e o Porsche abriu a volta final na liderança. Assim, a marca venceu pela segunda vez consecutiva em La Sarthe (18ª no total) e o trio do Toyota número 5 acabou desclassificado por não ter completado o giro final dentro dos seis minutos regulamentares.
Assim, Di Grassi, Duval e Jarvis subiram ao pódio de Le Mans no terceiro lugar, ainda que demonstrando alguma surpresa com o resultado depois de uma corrida bastante difícil para os dois trios da Audi.
“Um final de corrida inacreditável, o que mostra o quão difícil é realmente as 24 Horas de Le Mans”, apontou Lucas. O ritmo de toda a corrida foi bastante intenso, e o recorde de voltas só não foi superado porque a largada foi dada com safety car por causa da chuva e a bandeira verde só foi mostrada depois de meia hora – além de outras três intervenções do carro de segurança. Uma prova de Sprint com 24 horas de duração.
“Nós passamos muito tempo nos boxes com problemas diferentes no carro. Por isso a gente não conseguiu disputar a liderança e a vitória, mas a gente leva este pódio para casa. Temos capacidade de fazer melhor no ano que vem – carro e equipe – para conquistarmos um resultado mais positivo dependendo não só do fator performance como também da confiabilidade, para não passarmos tanto tempo dentro dos boxes. Entretanto, estou orgulhoso do que fizemos aqui”, destacou o brasileiro, que fez um total de 29 pit stops (três deles não programados) – e em um deles, durante o início da manhã na França, o Audi R18 #8 passou quase 40 minutos na garagem para a troca dos discos de freio e para uma manutenção no eixo dianteiro.
No geral, entretanto, Di Grassi mostrou-se feliz com mais um top-3 na mais difícil e exigente corrida de resistência do mundo. Foi o terceiro pódio geral de Lucas nas 24 Horas de Le Mans, o que o coloca como o brasileiro com o maior número de pódios na história da prova – Thomas Erdos e Jaime Melo Jr. também somam três cada, mas nas categorias LMP2 e GT2, respectivamente. Lucas conquistou um terceiro lugar em sua estreia, em 2013, e um segundo em 2014. Ano passado, foi quarto colocado.
“Três pódios em Le Mans, uma marca positiva. Tenho que agradecer por mais esta oportunidade aos meus parceiros, a equipe, a Audi. Estou feliz, sim, e temos capacidade para fazer mais. Foram pontos importantes para o campeonato”, encerrou Lucas, que vencera a etapa anterior do FIA WEC na Bélgica e com o resultado na França sobe à vvice-liderança do Mundial com 61 pontos – o trio vencedor, da Porsche, permanece na liderança com 93. A próxima etapa acontece em Nurburgring, na Alemanha, no dia 24 de julho.
Agora, Lucas se prepara rumo à etapa dupla final da Fórmula E em Londres, nos dias 2 e 3 de julho. Na categoria dos carros elétricos, o brasileiro patrocinado pela Eurobike tem três vitórias, sete pódios e lidera a disputa.
24 HORAS DE LE MANS – RESULTADO
Cat. LMP1-HY (TOP-5)
1-) Neel Jani/Romain Dumas/Marc Lieb (PORSCHE 919) – 384 voltas
2-) Stéphane Sarrazin/Mike Conway/Kamui Kobayashi (TOYOTA TS050) – a 3 voltas
3-) Lucas Di Grassi/Loïc Duval/Oliver Jarvis (AUDI R18) – a 12 voltas
4-) André Lotterer/Marcel Fässler/Benoît Tréluyer (AUDI R18) – a 17 voltas
5-) Timo Bernhard/Mark Webber/Brendon Hartley (PORSCHE 919) – a 38 voltas
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