* Carlos Alberto Coquinho Bazani – Entre tantos personagens folclóricos, assustadores e engraçados, o morador de Santo André, com certeza, passou sustos, teve medo e deu muitas risadas com o número de Monga, A Mulher Gorila.
Monga era uma uma personagem que nos anos 70 agitou por algum tempo o Parque de Diversões montado na Rua Coronel Oliveira Lima, ao lado de onde estavam instalados o tobogã, a pista de carros de controle remoto e de um ônibus de exposições de animais e coisas exóticas.
A personagem circense que povoava o imaginário popular era baseada na história real da mexicana nascida em 1834, Júlia Pastrana. Ela desenvolveu uma raríssima doença (hipertricose), que deixou o seu corpo ccheio de pêlos, gengivas inchadas e orelhas grandes. Júlia foi descoberta pelo comerciante norte-americano Theodore Lent (que depois se casaria com ela), que passou a exibi-la em shows, espetáculos circenses, feiras e parques.
Este número que divertiu e aterrorizou crianças e adultos por todo o Brasil, foi também apresentado no Play Center, Beto Carreiro e logicamente em Santo André. A curiosidade e o pânico chegavam pelo boca a boca e o alto falante do parque da Oliveira Lima, que aumentava a lenda, a curiosidade e as filas para o testemunho do inédito espetáculo.
Monga era uma mulher bonita geralmente de biquíni, que ficava presa numa jaula, enquanto o apresentador explicava enfaticamente a tenebrosa transformação pela qual ela passaria. Os pelos cresciam, garras apareciam e os dentes virariam presas, graças ao jogo de espelhos que garantia a transformação da linda garota em um macaco gigante, uma fantasia bem gasta pela ação do tempo.
No final da metamorfose, o monstro destruía as grades e atacava o público assustado que corria em direção à rua. A garota que interpretava a Monga em Santo André, faleceu recentemente. Era uma figura alegre, extrovertida, carismática e muito popular, tudo isso acomodado no seu corpo franzino, de cabelos curtos, invariavelmente tingidos.
A moça que se travestia de Monga era brincalhona e humilde, e deixou boas lembranças e muita saudade!
* Carlos Alberto Coquinho Bazani é natural de Santo André. Foi colaborador do Jornal Informação Resumo Jovem; da Gazeta do Grande ABC; da Rádio Orion FM e trabalhou na Assessoria de Comunicação e na Secretaria de Educação Cultura e Esportes de Santo André. É membro eleito do Conselho Diretor do Fundo de Cultura, além de coordenador do Bloco O Beco do Conforto. Contato com o colunista: carlosalbertobazani@gmail.com.br
Tinha uma moradora Punk no Bairro Casa Branca que fez o papel da Monga… morreu de alergia após tingir o cabelo e , usar produto químico na limpeza da casa!
p.s. me reservo a não citar o nome dela!