Da Redação – Acostumada com a apresentação de grandes espetáculos, a capital paulista terá, no início do próximo ano, mais uma superprodução musical, desta vez sobre aquele que foi considerado o maior brasileiro de todos os tempos, em votação popular: Chico Xavier. Espetáculo estreia em março de 2017 em São Paulo, com efeitos especiais e músicas de Gilberto Gil, Fábio Júnior e Roberto Carlos.
“Chico foi um grande homem, inspirou multidões de pessoas e deixou um trabalho incrível”, conta Daniel Kostás, que assina a direção do espetáculo. Segundo ele, o Brasil está vivendo uma era de musicais biográficos, o que contribui para o potencial do projeto. “E com a descoberta de diversas músicas de compositores famosos em homenagem a Francisco Cândido Xavier, como de Roberto Carlos, Gilberto Gil e Fábio Júnior, o musical torna-se um projeto comercialmente forte, o que viabiliza sua concretização”, avalia.
Com produção do Circuito BroadUai, Chico Xavier — No Céu da Vibração: O Musical tem direção assinada por Daniel Kostás e Dilson Mayron, com direção associada e coreografias de Thiago Jansen. O roteiro, escrito por Selhe Mapèr, foi inspirado no livro, da FE Editora, Chico Xavier – Meus Pedaços do Espelho, da ex-presidente das Associações Médico-Espíritas do Brasil e Internacional, Marlene Nobre.
“Antes da sua desencarnação, em janeiro de 2015, consegui ainda fazer algumas entrevistas com a autora, quando me narrou diversas situações curiosas sobre Chico. Pedi sua autorização para colocar essas informações coletadas no musical e ela prontamente me autorizou. São cenas lindas e bastante poéticas, que o grande público irá conhecer em primeira mão no musical”, afirma o diretor.
O espetáculo traz diversas surpresas em sua concepção e tem por objetivo apresentar o Chico homem. “O espetáculo não é religioso, mas obviamente fala de um grande expoente de uma religião. Nosso objetivo é falar de um homem que, por sua bondade e generosidade, foi indicado ao Prêmio Nobel da Paz e, posteriormente, eleito o maior brasileiro de todos os tempos. Queremos apresentar este homem, que com suas dores, questionamentos e sofrimentos, superou qualquer obstáculo em favor daquilo que acreditava”, acrescenta Kostás.
No palco, o público poderá conferir belos cenários e figurinos, criados sob o conceito “de que a vida é uma eterna viagem, apenas um local de passagem entre mundos”. Todo o repertório da apresentação está diretamente relacionado a artistas que já homenagearam Chico Xavier, incluindo as composições do curitibano Plinio Oliveira, também responsável pelos arranjos e orquestrações. A produção ainda conta com efeitos especiais, que prometem trazer o Chico Xavier para o palco do musical. O material para o enredo é proveniente de diversas fontes: composições em louvor ao médium, suas biografias, entrevistas, filmes produzidos em sua homenagem, mas principalmente aquilo que Chico sempre inspirou: uma vibração incomparável..
“Quando enviei o material a Selhe Mapér, que escreveu o roteiro, para que pudesse trabalhar, passei a orientação de que gostaríamos que o enredo focasse menos em contar a história do Chico e que realçasse mais aquilo que o Chico despertou em todos nós. E é por isso que se chama No Céu da Vibração, que, inclusive, é uma das músicas do espetáculo, de autoria do Gilberto Gil e gravada especialmente por Elis Regina para um especial da Rede Globo, nos anos 1980”, revela.
Chico Xavier — No Céu da Vibração: O Musical é a primeira montagem original do Circuito BroadUai, que estreou em maio de 2015, em Minas Gerais, com sucesso de bilheteria e crítica. O projeto tem o apoio do Ministério da Cultura, através da Lei Rouanet, e busca patrocínio para a realização da temporada paulistana e turnê por outras capitais. A previsão de bilheteria com o espetáculo, que terá o elenco definido no segundo semestre deste ano, é de R$2 milhões, que serão doados para instituições que promovem trabalhos sociais e de caridade. “É a nossa forma maior de concluir a homenagem à Chico Xavier, que sempre agiu em causa dos mais necessitados”, completa o diretor.
CHICO XAVIER – NO CÉU DA VIBRAÇÃO – Chico Xavier nasceu Francisco de Paula Cândido na cidade de Pedro Leopoldo, na região metropolitana de Belo Horizonte em 2 de abril de 1910. Filho de uma dona de casa e um vendedor de bilhetes de loteria, Chico teve uma infância humilde, marcada pela perda precoce da mãe aos cinco anos, época em que foi entregue à madrinha, de quem sofria maus tratos. Após muitos episódios e manifestações mediúnicas que lhe permeavam desde a infância – muitos não o entendiam como médium –, Chico se mudou em 1959 para Uberaba, no Triângulo Mineiro, onde viveu por mais de 30 anos.
Ao se instalar em Uberaba, sua fama já era grande por todo o Brasil e por lá conquistou milhares de seguidores, que buscavam em Chico uma palavra e/ou mensagem de conforto de algum ente que se foi. Chico Xavier desencarnou aos 92 anos em 30 de junho de 2002, enquanto o Brasil comemorava o pentacampeonato mundial de futebol. Curiosamente, ele dizia que desencarnaria em um momento de grande alegria para os brasileiros.
O roteiro, inspirado no livro Chico Xavier – Meus Pedaços do Espelho, de Marlene Nobre, traz um diferencial dentro de seu gênero, por se tratar de uma homenagem a uma personalidade não artística. Todo o repertório da apresentação está diretamente relacionado a artistas que homenagearam Chico Xavier, como Vanusa, Elis Regina, Fábio Júnior, Gilberto Gil, dentre muitos outros.
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