Brasil fatura 13 medalhas na Copa do Mundo de SP de Ginástica Artística

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Da Redação – Atletas que se preparam para os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro em agosto fizeram a alegria da torcida paulista neste domingo (22), durante o último dia das finais da etapa brasileira da Copa do Mundo de Ginástica Artística. O público conferiu mais uma vez uma competição de alto nível técnico e também de organização. Com a presença de ídolos da torcida como o campeão olímpico Arthur Zanetti e de Daniele Hypolito, a etapa chegou ao fim neste domingo, no Ginásio do Ibirapuera.

Para o Brasil, não poderia haver saldo melhor. Os atletas nacionais estiveram em todas as finais e conquistaram medalhas em todos os aparelhos. No total foram 13, sendo seis de ouro, quatro de prata e três de bronze. Esses números demonstram como a preparação da equipe brasileira para as Olimpíadas tem sido intensa e tem dado resultado.

Sérgio Sasaki fez uma série impecável na barra fixa e foi o adversário a ser batido pelos demais concorrentes. Com 15,250 ninguém conseguiu alcançar o brasileiro, que comemorou no pódio a medalha de ouro. Já Arthur Nory Mariano não teve a mesma felicidade em um de seus aparelhos preferidos. Com uma rotina com grau de dificuldade bastante grande, acabou soltando a barra em um momento e caiu, deixando escapar uma medalha no aparelho. A nota foi 14,200 e Nory ficou com a quinta posição. A medalha de prata foi para o japonês Kaito Imabayashi, com 15,250, e o bronze para o argentino Nicolas Córdoba, com 14,800.

A disputa das argolas era o momento mais esperado pelo público e o campeão olímpico Arthur Zanetti cumpriu as expectativas com mais uma apresentação brilhante. Zanetti alcançou 15,800 e mostrou porque é o grande nome do aparelho na atualidade, conquistando mais um ouro. O argentino Federico Molinari fez 15,050 e garantiu o segundo lugar, seguido pelo japonês Kaito Imabayashi, com 14,700. Francisco Barretto também representou o Brasil no aparelho e com 14,250 foi o sexto colocado.

Apesar da nota um pouco mais baixa do que a das classificatórias, Arthur Zanetti disse que é normal. “Nas finais, os árbitros ficam um pouquinho mais rigorosos mesmo, porque é uma disputa de medalha. Saí satisfeito com a minha prova e é isso que importa.” Ovacionado pelo público, o campeão olímpico diz que se sente prestigiado. “É muito bom ter a torcida acompanhando a ginástica. É um incentivo enorme que a gente tem para voltar ao ginásio e seguir treinando para conseguir mais resultados. Está sendo um treino para a principal competição do ano que é a Olimpíada. Este ano já tivemos o evento-teste e agora essa Copa. Está sendo bem produtivo e estou conseguindo me adaptar bem com a presença desse público enorme. Minha meta foi cumprida.”

Daniele Hypolito fez a alegria da torcida ao fechar a competição de solo. Ela somou 13,950 e conquistou o primeiro lugar no pódio. A jovem Carolyne Pedro completou a dobradinha brasileira com o bronze (13,300) ao lado da chilena Simona Castro. A segunda colocação ficou com a alemã Kim Bui, com 13,550.

Carolyne, que se juntou à Seleção Adulta este ano, ficou muito satisfeita com a medalha em casa. “Estou muito feliz por ter conseguido esse bronze. Acho que esse resultado pode me ajudar, como a equipe que irá aos Jogos Olímpicos ainda não foi totalmente definida. Estou treinando muito para isso. Essa experiência e o evento-teste podem me ajudar”, comentou a ginasta.

Com a torcida mais uma vez a favor, dois brasileiros disputaram a final de salto masculino. Arthur Nory foi o primeiro a competir e se saiu muito bem nos dois saltos. O primeiro teve nota 15,000 e o segundo 14,600, somando 14,800. O resultado deu a ele a medalha de ouro. Ao lado de Nory no pódio, Sérgio Sasaki conquistou a prata, com 14,675 (15,150 no primeiro e 14,200 no segundo). O japonês Jumpei Oka foi medalha de bronze, com 13,775 (13,400 no primeiro e 14,150 no segundo).

“Eu estava bem focado na barra e no solo, que são meus melhores aparelhos, mas acho que estava um pouco nervoso. As séries são novas. Depois que eu errei na barra eu tive que voltar ao foco, formar uma bolha e voltar. Deu certo.” Coincidentemente, Nory disputou hoje as finais de dois aparelhos ao lado do companheiro Sasaki e ele disse que o companheirismo entre os dois está sempre presente. “Não temos rivalidade. Somos 12 na Seleção e todos estão buscando fazer o melhor. Somos uma família. A cada competição temos que tentar fazer bem feito o que treinamos.”

Para Sasaki, que retornou este ano às competições após se recuperar de duas cirurgias, a felicidade é grande. “Medalha é sempre bom, mas esse não era o principal foco. Estou voltando e quero estar bem e à disposição da Seleção para as próximas competições”, resumiu o atleta.

A trave encerrou a disputa das finais, mais uma vez com duas brasileiras no foco. Daniele Hypolito e Rebeca Andrade dividiram a atenção do público e no final também subiram juntas ao pódio. Daniele, muito concentrada, fez uma ótima série e garantiu a medalha de ouro mais uma vez, com 14,350. A chilena Simona Castro somou 13,050 e ficou com a prata. Já Rebeca, apesar de uma pequena queda, teve um bom desempenho e ficou com o bronze, com 13,000.

“Isso da um gás para a preparação. Sabemos que falta muito a ser feito, mas estamos fazendo um bom trabalho e ele já começou a dar resultado. Temos noção de que faltou muita gente nessa Copa, mas conseguimos ter uma ideia de tranquilidade para a Olimpíada. Eu esperava fazer meu trabalho bem feito, mas não esperava três ouros”, confessou Daniele. “Para nós foi um grande teste, principalmente, com relação à torcida.”

A presidente da Confederação Brasileira de Ginástica (CBG), Luciene Resende, fez uma análise muito positiva da vinda da etapa da Copa do Mundo mais uma vez para o Brasil, pelo segundo ano consecutivo. “Eu fico emocionada de ver o ginásio lotado para torcer pelos nossos ginastas. Com a proximidade dos Jogos Olímpicos, esse carinho do público é um incentivo a mais para eles. Poder trazer essa etapa de Copa do Mundo para São Paulo em um momento tão importante foi uma verdadeira honra. Conseguimos dar esse presente ao público. Estamos colocando definitivamente o Brasil no calendário internacional da ginástica. Isso só foi possível com a ajuda do nosso patrocinador master que é a Caixa, do Hipermercados Bergamine, que esteve conosco mais uma vez nesse evento, e pela ajuda de parceiros como o Ministério do Esporte e o Comitê Olímpico”, finalizou a dirigente.

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