Da Redação – O governador de Santa Catarina, Raimundo Colombo, participou de um evento nesta segunda-feira (16/5) na Associação Comercial de São Paulo (ACSP). Ele fez palestra sobre a crise durante encontro do Conselho Político e Social da ACSP. Para o chefe do executivo catarinense, o Brasil vive um momento oportuno para a efetivação de mudanças estruturais, com a sociedade mobilizada e ávida por soluções.
“Quem está nas ruas, protagonizando as mudanças, é a classe média consciente, informada, que percebe que, do jeito que está sendo feito, não dá. Isso cria o ambiente político para você avançar nas transformações. Coisas que eram impossíveis de serem feitas, tratadas, hoje são viáveis. E essa janelinha que se abriu é a oportunidade que temos para evitar uma coisa pior”, pontuou Colombo.
Alencar Burti, presidente da ACSP e da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp), concordou. Para ele, o cenário político brasileiro sofreu uma “transformação radical” na última semana e é importante que se aproveite o momento para mobilizar os cidadãos, convocando-os a assumir, “por menor que seja, sua parcela de responsabilidade”.
O governador de Santa Catarina enfatizou que a sociedade quer algo novo, mas que o mundo político não está tendo a capacidade de atender a essa demanda. “Dá para dizer que o velho morreu, mas o novo não nasceu”, comentou, em referência ao processo de impeachment de Dilma Rousseff. Ao falar especificamente sobre a saúde financeira dos estados, Colombo foi enfático: “A situação dos estados é de colapso”. De acordo com ele, os custos aumentaram gradativamente ao longo do tempo, alimentados por uma legislação “totalmente inadequada”.
Na avaliação do governador, enquanto o Brasil vivia um momento de relativa prosperidade econômica, a situação dos estados conseguia ser contornada, com pelo menos o básico sendo pago em dia. Contudo, com a deterioração da economia, muitos deles ficaram em situação de insustentabilidade, citando os casos do Rio Grande do Sul e do Rio Janeiro como os mais emblemáticos.
Ainda no entendimento de Colombo, são três os pilares básicos que comprometem o orçamento dos estados atualmente: alto custo da folha de pagamento, déficit da previdência e pagamento da dívida. “Santa Catarina está com as contas em dia, mas sofrendo muito. Todo mês, arrecada menos”, afirmou. Para solucionar esses três grandes problemas, o governador propõe uma convocação extraordinária do Congresso em julho para que se vote “tudo o que tem que votar” – incluindo, por exemplo, a reforma da previdência e a lei que dá garantias a grevistas.
Porém, ele defende que, antes de qualquer reforma, a primeira medida a ser feita pelo novo governo seja a redução do número de partidos existentes no Brasil. “A primeira medida – e a mais simples – é colocar um fim nesse número absurdo de partidos e organizar a casa”, frisou Raimundo Colombo.
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