Textos de viajantes e registros em portos são opções de estudo sobre a escravidão negra

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Da Redação – Há 128 anos, era abolida a escravidão negra no Brasil. O evento histórico e toda a estrutura do sistema implantado pelos portugueses a partir do século XVI é tema recorrente nas salas do Ensino Fundamental e Médio. Na rede estadual de São Paulo, além da consulta ao material didático e livros de apoio sugeridos no currículo da Secretaria da Educação, os professores podem adotar outras ferramentas. Pinturas, textos de viajantes, registros sobre a entrada de escravos nos portos do Rio e até um diário são opções de estudo.

A proposta é que a discussão sobre o tema não fique restrita a uma única fonte e que permita a troca de ideias entre os próprios alunos e professores. Entram aí os trabalhos de iconografia (pinturas e fotos) – quem produziu, quem é retratado, quais as intenções, como eram as cidades e fazendas – e também de leitura de documentos – cartas, livros, diários. Hoje, boa parte do acervo sobre a época está disponível nas páginas virtuais de bibliotecas e fundações.

Banco de dados das viagens transatlânticas – O Brasil foi o último país a abolir o comércio de escravos. Ao longo de quatro séculos, foi intensa a chegada de navios abarrotados de homens e mulheres. Alguns desses registros de entrada, compra e negociação catalogados em instituições mundo afora estão reunidos no site Slave Voyages. Pesquisa recente mostra que a cidade do Rio de Janeiro recebeu 2 milhões de escravos africanos.
Link: slavevoyages.org

Retratos da escravidão no Brasil – Na primeira metade do século XIX, inúmeros foram os estrangeiros que chegaram aqui com o intuito de conhecer a flora e fauna brasileira. Durante as viagens, no entanto, foram feitos também registros sobre a sociedade. Dois dos mais conhecidos nomes dessa ‘geração’ foram o alemão Johann Moritz Rugendas e o francês Jean-Baptiste Debret (autor de “Viagem Pitoresca e Histórica ao Brasil”). Além dos museus, as obras desses artistas e relatos escritos de outros estrangeiros estão na página digital da Biblioteca Nacional.
Link: bndigital.bn.br

Museu Afro Brasil – Localizado no Parque do Ibirapuera, na capital paulista, o museu mantém um acervo com mais de 6 mil obras, entre pinturas, esculturas, gravuras, fotografias, documentos e peças etnológicas, de autores brasileiros e estrangeiros, produzidos entre o século XVIII e os dias de hoje. A visita é gratuita e os alunos da rede estadual podem agendar visitas guiadas.
Link: www.museuafrobrasil.org.br

Minha Vida de Menina – o Diário de Helena Morley – Minha Vida de Menina é o diário de uma garota de Diamantina e da transformação da sociedade entre 1893 e 1895. Apesar de muito jovem, Helena consegue colocar no papel as relações da época, a influência da religião e principalmente a presença dos escravos no cotidiano do povoado. O livro já foi aclamado por escritores como Carlos Drummond de Andrade e João Guimarães e pode ser encontrado em bibliotecas e livrarias para consulta.

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