Marílson e Mário José comemoram a classificação olímpica

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Da Redação – Marílson Gomes dos Santos e Mário José dos Santos Júnior, fundistas do Clube de Atletismo BM&FBOVESPA, estão confirmados na disputa olímpica de agosto, no Rio. O prazo para a obtenção de índices terminou no domingo (8/5/2016) e os atletas foram oficialmente convocados pela Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt) nesta quarta-feira (11/5/2016).

Marílson, que estará na competição pela terceira vez, garantiu a vaga na maratona por ter o melhor resultado entre os atletas brasileiros – 2h11min00, tempo conquistado em Hamburgo no dia 26 de abril de 2015. Mário, também olímpico pela terceira vez, tem a segunda melhor marca entre os brasileiros da marcha atlética de 50 km: 3h55min36, obtido em Dudince (Eslováquia) em 21 de março de 2015.

O corredor disputou a Maratona de Praga, na República Checa, no domingo, mas não terminou a prova – encerrou sua participação aos 21 km. “A participação do Marílson foi tática”, explicou o técnico Adauto Domingues. Ele optou por estar na disputa já que outros brasileiros também iriam correr na República Checa.

“Fui para Praga porque era a última prova antes do fim do prazo, e na maratona a gente nunca sabe o que pode acontecer”, disse Marílson. “Como era o primeiro do ranking, tinha que correr junto com eles para defender minha marca. Mas como as parciais indicaram um tempo final muito alto, não compensaria terminar. Embora estivesse com muita vontade de correr forte e terminar a prova, preferi me poupar, já que estamos muito perto da maratona olímpica”.

O fundista de 38 anos, nascido em Brasília (DF), bicampeão da Maratona de Nova York e dono de quatro medalhas em Jogos Pan-Americanos, esteve nas disputas olímpicas de Pequim, em 2008, e de Londres, em 2012. Em sua primeira participação, não completou os 42,195 km. Há quatro anos, na Inglaterra, Marílson conquistou o melhor resultado do atletismo brasileiro, ao terminar a prova em 5º lugar.

Marílson, que passou boa parte da temporada de 2015 se recuperando de uma lesão na panturrilha esquerda, diz que agora está com a sensação de “meio dever cumprido”. “Espero cumprir a outra metade no Rio, porque eu quero correr bem. Vai ser uma prova difícil, dura, e vou me esforçar ao máximo”, afirmou. “A lesão me preocupou muito, porque alguns atletas acabam até desistindo da carreira. Mas eu tive todo o tempo e o cuidado necessários para fazer minha volta. Garanto que hoje não sinto mais nada.”

Mário, de 36 anos e nascido em Cubatão (SP), disputou as edições olímpicas de Atenas, em 2004, e de Pequim, em 2008. De volta à competição após oito anos, Mário foi um dos primeiros atletas brasileiros a conquistar o índice. A marca obtida em Dudince é seu recorde pessoal. “Quando eu comecei no esporte, nunca imaginei que participaria da disputa olímpica três vezes. Não achava que alçaria voos tão altos. E, pela primeira vez, vou ter a participação da minha família na torcida, isso vai ser muito especial”, contou.

O atleta treinado por Adauto Domingues, assim como Marílson, divide a preparação olímpica (são 250 km de treinos semanais) com o mestrado em patologia animal, iniciado em 2015 – Mário se formou em veterinária em 2012. Uma grande ajuda para manter o foco para a disputa de agosto, no Rio. “Uma atividade é mais psicológica, e a outra, mais intelectual. O mestrado me ajuda no foco. No meu tempo livre, não ligo a TV e fico vendo a contagem regressiva, ou ouvindo as musiquinhas olímpicas. Isso vai gerando uma ansiedade ruim. É até uma dica para quem vai participar da disputa olímpica pela primeira vez: encontrar uma atividade que faça ‘desligar o botão’.”

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