Uma leitura das manifestações

Há alguns dias atrás participei de uma reunião histórica no Rotary Club, que é uma instituição apartidária e apolítica, ou seja, não participa de nenhum partido e nem se interessa por política, onde os integrantes se reuniram para discutir sobre o que vem acontecendo no nosso país.

Algumas falas foram muito interessantes, pois a indignação que vemos do povo brasileiro é muito mais relacionada com o tamanho da mordida que estão dando em nosso país, diminuindo as nossas riquezas, as nossas instituições e as nossas empresas do que propriamente o fato de terem cometido algum tipo de crime.

Eu discordo totalmente desta fala, pois para mim roubo é roubo, o delito é o mesmo independente de como ocorra.
Tenho a impressão que está no nosso DNA, um pouco de complacência com desmando desde que ele não seja muito grande e o que ninguém está tolerando é a maneira cada vez mais frequente com que as nossas instituições, as empresas e as estatais tem trabalhado a serviço de grupos políticos ou partidos.

Eu espero que as manifestações que tem ocorrido por todo o Brasil, inclusive já programada para acontecer novamente, não parem por ai. O povo está se tornando vacinado contra baderneiros que querem fazer com que as manifestações sejam mal vistas, a prova é que tivemos uma grande quantidade de pessoas nas ruas, mas não tivemos confrontos entre manifestantes e policiais.

Esse pode ser um bom começo, pois a classe política trabalha melhor sob pressão, outra coisa que faz parte do DNA do brasileiro, e nada melhor para colocar toda a classe política para trabalhar do que a pressão popular.