Prefeitura de Santo André detalha o acervo artístico com mais de mil obras

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Pesquisa vai analisar o conjunto de obras adquiridas pela cidade nas 50 edições do Salão de Arte Contemporânea e colocar as informações ao alcance da população

Texto: Paola Zanei – Fotos: Angelo Baima/PMSA

Da Redação – A história da arte contemporânea no Brasil pode ser contada por meio das mil obras adquiridas pela cidade ao longo de 50 edições do Salão de Arte Contemporânea Luiz Sacilotto, de Santo André. Para que esta narrativa seja contada de forma organizada e disponibilizada para a população, a Secretaria de Cultura deu início a uma pesquisa inédita  que será transformada em uma publicação digital a ser disponibilizada no final do ano.

“A ideia é que possamos dizer para aos profissionais de arte, para o público e para a cidade que coleção é essa. Não só como ela pode contar a história da arte contemporânea, mas como se relaciona com a história do País e do mundo, por meio da contextualização. Nosso objetivo é gerar o que eu chamo de fonte para a arte”, explica o encarregado do Circuito Museológico de Santo André, Nilo Mattos de Almeida.

Bruna Batalhão, Gilda Sabas e Luiz Sandes são pesquisadores acadêmicos dedicados à produção artística brasileira contemporânea. Foram selecionados a partir de convocatória aberta em 2019 e interrompida por conta da pandemia, e desde junho realizam a análise da documentação a respeito das diversas edições dos Salões de Arte Contemporânea e suas obras, com informações sobre quando e como chegaram ao acervo e qual o contexto histórico, por exemplo.

“Dividimos o acervo em três períodos de cerca de 20 anos e cada pesquisador ficou responsável por um desses recortes. Eles analisam as informações disponíveis sobre as edições de cada Salão de Arte Contemporânea, produzindo um texto sobre este mapeamento”, explica Nilo Almeida.

“O resultado, além de ficar publicamente disponível, vai possibilitar que se faça um perfil do acervo, apontando características como gênero, a presença de artistas do ABC e de outros estados e qual a faixa etária mais presente”, complementa.

Mil obras – O primeiro Salão de Arte Contemporânea de Santo André aconteceu em 1968. Este ano a mostra chega à sua 50ª edição, já que houve um breve intervalo entre 1978 e 1982, quando foram realizadas cinco edições do Salão Jovem de Arte Contemporânea de Santo André. As obras deste período também parte da pesquisa. A partir de 2005, em sua 33ª edição, a mostra recebeu o nome do mais importante artista andreense, passando a ser chamado Salão de Arte Contemporânea Luiz Sacilotto.

O acervo é composto por obras premiadas a cada edição do Salão. Quando o artista se inscreve, ele indica o valor de sua obra. Caso ela seja premiada, a Prefeitura adquire a obra por aquele valor. Também existe o prêmio estímulo, que é dado a um artista por edição do Salão, mas não faz aquisição de obras.

“Para que a obra seja selecionada para a exposição, ela passa por uma comissão julgadora que segue uma série de critérios na hora da escolha. São obras que passam por um crivo muito rígido, o que torna o conteúdo do acervo muito especial”, explica Nilo Almeida. 

Para os artistas, mais do que o prêmio em dinheiro, ser contemplado na mostra de Santo André representa o reconhecimento da sua produção no circuito de arte contemporânea, complementa Nilo Almeida.

A gestão do acervo está sob a responsabilidade da Casa do Olhar Luiz Sacilotto e tem obras dos artistas Antonio Henrique Amaral, Maria Auxiliadora, Sandra Cinto, Geraldo de Barros, Alex Vallauri, Hudnilson Jr., Thomaz Ianelli, Arnaldo Ferrari, Vânia Mignone, Lothar Charoux, Rogério Degaki, Sofia Borges, João Suzuki, Luiz Sacilotto, Sergio Romagnolo, Georgia Kyriakakis, Albano Afonso, Paul Setúbal, Cristina Suzuki, Rafael Campos Rocha, Ana Teixeira, Hermelindo Fiaminghi, Wagner Malta Tavares e outros importantes artistas brasileiros.

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