Da Redação – A macro-reforma em andamento na maternidade do Hospital de Clínicas Dr. Radamés Nardini de Mauá não impediu que a unidade registrasse avanços substanciais na assistência materno-infantil da população. O aumento de 27% no número de partos no primeiro trimestre deste ano em relação ao mesmo período do ano passado, aliado a diversas iniciativas de cuidado ampliado em rede, expressa o esforço da gestão em manter e qualificar o padrão de assistência às gestantes e bebês do município.
Em números absolutos, foram 500 partos contra 392 do ano passado. O número de procedimentos, como laqueaduras e demais exames ginecológicos, também registrou alta e chegou a 22% no mesmo período (de 472 para 577).
No início do mês a Prefeitura anunciou a queda recorde do índice de mortalidade infantil no município, que pela primeira vez na história chegou a 11,64 mortes a cada mil crianças nascidas vidas. Em 2013, no início da gestão, o índice era de 15,71. A redução chega a 26% no período. A maternidade do Nardini, em parceria com a assistência articulada com toda a Rede de Saúde, teve papel fundamental na melhoria do índice com a implantação de várias diretrizes do Programa Rede Cegonha, idealizado pelo Ministério da Saúde.
A estratégia visa assegurar às mulheres o direito ao planejamento reprodutivo e a atenção humanizada à gravidez e às crianças o direito ao nascimento seguro e crescimento/desenvolvimento saudável. “A diminuição do índice está atrelada à boa qualidade de todos os programas assistenciais de saúde pública, particularmente os da Saúde da Mulher e Saúde da Criança.
Uma gravidez planejada e desejada, se bem acompanhada no pré-natal, e posteriormente aliada ao incentivo ao aleitamento materno, proporciona diminuição significativa na morbidade e mortalidade intrauterina e neonatal. Mauá abraçou esta causa e os resultados são e serão cada vez mais promissores”, comenta o coordenador da maternidade do hospital, Dr. Manoel Messias de Oliveira.
Entre as iniciativas que estimularam a melhoria do índice estão a implantação do acolhimento por classificação de risco no pronto-socorro de Ginecologia Obstetrícia, que permite priorizar os atendimentos conforme a urgência do caso; a ampliação do horário para realização de exames de ultrassonografia, antes realizados apenas no período da tarde; a intensificação das orientações sobre amamentação por enfermeiras obstetrizes ainda no Centro Obstétrico e na UTI Neonatal.
Também contribuíram a participação efetiva no Comitê de Mortalidade Materno-Infantil do município, onde são classificadas e identificadas causas de óbitos, provocando ações de correção e melhorias; criação do posto de coleta de leite humano, que evita deixar os bebês sem amamentação após a primeira hora de vida; o fortalecimento do vínculo das mamães com o hospital por meio de visitas agendadas à maternidade durante a gestação, denominado Programa Primeiros Passos; e o agendamento binômio, que garante às mamães e bebês consulta marcada em sua UBS de referência após a alta hospitalar. Além disso, todos os bebês passam pelos testes de triagem neonatal ainda no Centro Obstétrico, onde recebem vacinas contra hepatite B, tuberculose, são submetidos ao teste do pezinho, do coraçãozinho e da orelhinha – procedimentos capazes de identificar precocemente doenças metabólicas, genéticas, infecciosas e cardiopatias.
“O trabalho não seria possível sem a mobilização e comprometimento das equipes. Nossos trabalhadores vestiram a camisa e abraçaram a mesma causa. Todos esses esforços pactuados em rede impactam diretamente na queda do índice e a tendência é apenas melhorar”, disse a coordenadora de Enfermagem da maternidade, Juliana Antonio. Para a diretora de Enfermagem, Luana Alves de Oliveira, com o avanço no cuidado assistencial, o que falta atualmente é a melhoria da infraestrutura.
“Hoje os plantões da maternidade estão 100% preenchidos e com profissionais especializados em Obstetrícia, o que garante às gestantes e bebês – ainda que com limitações estruturais – um cuidado qualificado na assistência à saúde. Agora, esperamos a conclusão das obras. A nova estrutura, mais ampla, modernizada e acolhedora, permitirá aperfeiçoar ainda mais as boas práticas preconizadas pela Rede Cegonha.”
Obras da Maternidade – A 1ª fase das obras da maternidade do Novo Nardini está 45% concluída. Os 5 quartos PPP, utilizados pelas gestantes nos momentos pré-parto, parto e após o parto, garantem acomodação privativa para paciente e acompanhante e cuidados especializados com foco no parto humanizado. Na próxima fase da obra os trabalhos serão concentrados na área da UTI Neonatal, Ginecologia Obstetrícia e unidades de cuidados intermediários. A estrutura geral será composta por 19 leitos PPP, sendo 10 deles como Centro de Parto Normal, além de 10 leitos de UTI Neonatal, 15 leitos de cuidados intermediários e 5 leitos na Unidade Mamãe Canguru. A reforma também possibilitará a construção de um novo e moderno Centro Obstétrico.
O investimento total é de R$ 5,3 milhões, sendo R$ 3,3 milhões da emenda parlamentar da senadora Marta Suplicy e o restante de recursos do Ministério da Saúde oriundos da Rede Cegonha (R$ 540 mil) e de contrapartida municipal (R$ 326 mil). Todas as fases de construção do projeto Novo Nardini respeitarão cronograma para que seja possível atender os pacientes sem provocar aumento do risco assistencial.
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