Sheila Guedes dá voz a mulheres reais que fizeram história em séculos passados

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Historiadora paraibana empodera leitoras com novo romance de época, ao apresentar grandes heroínas da memória brasileira

A sociedade patriarcal brasileira pode até ter feito questão de apagar ou diminuir os feitos de grandes mulheres do passado, mas há quem não deixe isso acontecer. Esta é a missão da historiadora Sheila Guedes na literatura – ao unir ficção e realidade em enredos de época.

No lançamento Por amor e honra, a autora homenageia dois ícones da história do feminismo brasileiro: Nísia Floresta, primeira feminista do país, e Maria Quitéria, heroína da independência. Elas marcam presença neste enredo repleto de reviravoltas, empoderamento e luta incessante por liberdade.

Com mais de 4 milhões de leituras na Amazon, Sheila tem 14 livros publicados, entre romances de época e contemporâneos. Confira abaixo uma entrevista inédita com a autora sobre carreira e o lançamento:

1. Quando e como surgiu sua paixão pela escrita?

Sempre fui uma leitora compulsiva, e a escrita fez parte da minha vida inteira. Criei blogs onde escrevia poemas e crônicas durante muito tempo, até que alguém me disse que escrever um livro era algo inalcançável. Então, tomei isso como um desafio pessoal e escrevi meu primeiro livro. Submeti o texto a análises críticas e fui reescrevendo até que passasse pelo crivo dessa profissional, que é reconhecida no mercado literário. E quando achei minha voz na escrita, não parei mais; me apaixonei pelo processo de dar vida, voz e representatividade através das minhas palavras.

2. Como surgiu a oportunidade e motivação de escrever “Por amor e honra – Amores do Império”?

Por amor e honra é o meu quarto romance histórico ambientado no Brasil e a motivação veio depois de perceber a carência de histórias que representassem um pouco da nossa história, mesmo que de forma ficcional.

3. Qual é a principal mensagem que o seu livro traz aos leitores?

Que nem todas as mulheres aceitavam seus destinos e o que a sociedade determinava. Que houve muitas mulheres que lutaram arduamente para serem reconhecidas com direitos iguais aos dos homens, e por conta de muitas mulheres assim que avançamos na igualdade de direitos, mesmo que ainda tenhamos um longo caminho a percorrer.

4. Por que você decidiu incluir um casal homoafetivo no enredo?

Porque amores homoafetivos sempre existiram. Acho importante destacar que, por mais que materiais históricos não costumem mostrar este fato, não significa que essas histórias nunca aconteceram.

5. Um dos grandes pilares da história é o empoderamento feminino; tanto que a protagonista Cecília foi inspirada em grandes mulheres da nossa história, como Maria Quitéria e Nísia Floresta. Por que a escolha desses dois nomes?

São dois ícones da história do feminismo da nossa história. Maria Quitéria desmistificou a ideia de mulher como “sexo frágil”, quando se alistou no exército disfarçada de homem para lutar pela Independência do Brasil. Seus feitos foram reconhecidos pelo próprio Imperador, inspirando mulheres a seguirem seus passos e abrindo um importante precedente na história.

Já Nísia Floresta foi a primeira mulher a lutar pela igualdade de direitos através da educação, pois só com uma educação igualitária é possível conseguir uma realidade igualitária. Por isso escolhi essas duas personalidades históricas, entre tantas outras que fizeram parte da nossa história.

6. Romances de época que se passam no Brasil Império são mais raros. Por que você escolheu ambientar a história neste cenário?

Escrevi uma série representando o Brasil Colonial denominada “Mulheres do Brasil” e, diante da grande aceitação, resolvi seguir na linha temporal já que obras ambientadas nesses períodos ainda são escassas.

7. Você tem outros projetos literários em mente para o futuro? Se sim, pode adiantar para os leitores?

Sim. Tenho um lançamento de um romance contemporâneo para agosto deste ano, chamado Para o teu domínio, e o segundo volume do romance histórico da Série Amores do Império, está prevista para janeiro com o título de Por desejo e gratidão. Além disso, pretendo escrever até o final do ano, mais dois contos da minha série de contos lançada na Amazon. Eles são baseado nos pecados capitais (até agora já foram lançados três textos retratando os pecados: Luxúria, Inveja e Gula).

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