Poesia das ruas: slammer é poeta sim!

163 0

Projeto Slam do 13, coletivo literário da zona sul de São Paulo, comemora nove anos de existência e celebra a literatura marginal contemporânea

Da Redação – O livro A poesia é quem vence é uma das conquistas do Slam do 13 durante os nove anos de atividade, que transformaram um terminal urbano de ônibus, em palco para artistas da literatura periférica. A obra organizada por Thiago Peixoto, Maite Costa e Caio Feitoza, poetas e articuladores sociais, faz parte do projeto Slam do 13 Emergencial, contemplado pela 5ª edição do edital de Fomento à Cultura da Periferia, da Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo. Por meio dessa parceria, que se encerra em julho deste ano, foram realizadas quase 200 contratações de trabalhadores da cultura, para atuarem na programação do coletivo.

Este é o primeiro livro do coletivo. São 56 poemas de autores que protagonizam a cena da literatura marginal contemporânea, nomes como Jéssica Campos, Lews Barbosa, Luz Ribeiro e Tawane Theodoro. O projeto gráfico, desenvolvido por João Cayres, traz elementos que dialogam com o território do Slam do 13: a capa é inspirada na parede de ladrilhos do Terminal Santo Amaro localizado na Zona Sul de São Paulo, onde acontece mensalmente as batalhas de poesia falada. O miolo traz a Linha Lilás do Metrô e percorre todas as páginas da obra.

a filho não ter o filiação da pai
no certidão de nascimento
e hábito antiga
agora o mãe exigir direito à aborto
e uma crime de vida
em alguns casos
não só a gramatica
sofre concordância de gênero
(poema da Luiza Romão, p. 35)

Publicada pela Baderna Literária, a produção apresenta poetas de diferentes épocas, idades e gerações. O leitor encontrará textos atuais que poderiam ter sido escritos há mais de 500 anos – o mesmo acontece ao contrário: textos antigos que representam o presente. “Essa obra consolida a importância do trabalho que o Slam do 13 desenvolve, alguns dos autores presentes no livro nunca tiveram seus textos publicados, nosso slam tem sido plataforma para muitos poetas se profissionalizarem” destaca Thiago Peixoto, um dos idealizadores do grupo, que prepara para o próximo dia 25 um evento especial para celebrar o aniversário de nove anos do coletivo.

A grande final de 2022 – batalha mais aguardada do ano – está agendada para o dia 03 de setembro e contará com a presença de poetas que venceram algumas das edições oficiais realizadas mensalmente desde janeiro. O evento vai acontecer na Casa de Cultura do M’Boi Mirim, zona sul de São Paulo, e decidirá quem vai representar o 13inho (poemas de até 13 segundos) e o 13ão (poemas de até 3 minutos) na etapa estadual do circuito mundial de poesia falada.

Ficha Técnica:
Livro: A poesia é quem vence
Organizadoras: Thiago Peixoto, Maite Costa e Caio Feitoza
Editora: Baderna
ISBN/ASIN:  978-65-996525-0-9
Páginas:  168
Preço: R$ 35
Onde comprar: https://badernaliteraria.art.br/lojinha

Sobre os organizadores

Thiago Peixoto é poeta, comunicólogo e educador social. Idealizador e apresentador do Slam do 13, também integra o coletivo Poetas Ambulantes e a Produtora Baderna. É autor dos livros Embrionários Versos Revolucionários (2013), Passageiro da Linha Tênue (2015) e Disperso (2019).

 Maite Costa é poeta, dançarina e geminiana. Nasceu em São Paulo, é apresentadora do coletivo Slam do 13 e instrutora de pole dance. Encontra na poesia diária maneiras de dialogar consigo e com a realidade em que vive.

Caio Feitoza é nascido em São Paulo, produtor cultural, organizador do Slam do 13, varzeano das quadras e campos de quebrada, empreendedor, B-boy, programador, corinthiano e outras coisas que não cabem em uma mini-bio.

Total 0 Votes
0

Tell us how can we improve this post?

+ = Verify Human or Spambot ?

Nenhum comentário on "Poesia das ruas: slammer é poeta sim!"

Leave a Comment

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *