Da Redação – Diferentemente da maioria dos jogadores corintianos, o maior destaque do Audax, que promoveu um novo ‘Itaqueraço’, neste sábado, ao empatar em 2 a 2 com o Corinthians, foi revelado num torneio de supermercado. O meia Danilo Neves, chamado pelos amigos de Tche Tche, fez um golaço de perna esquerda, e ajudou o audacioso Audax a superar o adversário nos pênaltis por 4 a 1 (2 a 2 no tempo normal).
Aos 23 anos e há 10 anos no Audax, Tche Tche virou uma das referências do surpreendente finalista do Paulistão, e nem se importa com o apelido. É quase sempre assim que ele é chamado pelos colegas de clube. “Às vezes, o Diniz fica bravo e me chama de Danilo”, brinca Tche Tche. É justamente nas mãos do temperamental e ousado Diniz que ele passou a ser, por exemplo, um dos cinco principais passadores do Campeonato Paulista. Tche Tche, que também tem o drible fácil como uma de suas principais virtudes, tem a marca do Audax em seu DNA como jogador. Foi descoberto em um torneio de supermercado.
“Eu morava em Guaianases, na zona leste, e jogava futsal no Juventus da Mooca. Meu pai me inscreveu na Supercopa Compre Bem. Fiz no primeiro ano, não passei. Mas, no segundo ano, acho que eram 15 mil moleques e ficamos só três ou quatro. Era dividido em várias etapas. Primeiro, eles faziam uma avaliação, depois se formavam times e a última fase era no CT do Pão de Açúcar”, recorda Tche Tche.
Aprovado aos 14 anos, ele passou a ser jogador do clube de futebol que se chamava Pão de Açúcar e foi todo formado como atleta no centro de treinamento localizado na Marginal Pinheiros, o mesmo onde surgiram nomes como Paulinho, ex-Corinthians e hoje na China, e Rafael Carioca, do Atlético-MG. Em 2011, cansado de ter o nome ignorado, o clube passou a se chamar Audax. Dois anos depois, o Grêmio Osasco comprou a equipe, que havia conseguido vaga na elite paulista. Assim, o acesso caiu no colo do time presidido por Vampeta.
No sábado, depois da classificação, Tche Tche desabafou. “Muitos achavam que levaríamos uma goleada aqui.” Tche Tche também disse que foi sem pensar o chute que originou o seu golaço. “Foi um chute sem pensar”, disse ele, que treina esse tipo de arremate ao gol. Mas se este gol foi com a perna esquerda, o jogador cobrou seu pênalti com a direita: “É uma facilidade que eu tenho de ser ambidestro. Vem dando certo”, destacou.
Nova eliminação – Para o Corinthians, sobraram as lamentações e a justificativa de Tite, que reconheceu as virtudes do adversário, e lamentou o Corinthians não ter tirado proveito do fator campo e o apoio da sua torcida para se superar e virar o jogo nos 90 minutos. Mas o treinador corintiano enalteceu a garra do time que ainda teve forças para buscar o empate no tempo normal e levar a cobrança para os pênaltis.
“Mas o nosso adversário é muito bom, e tenho certeza que foi um dos melhores jogos, senão o melhor, deste Paulistão. Eles erraram menos nos pênaltis e ficaram com a vaga para a final. Estão de parabéns”, disse o treinador corintiano.
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