Modelagem 3D: profissão demandada pelo metaverso pode ser muito lucrativa 

ONG Rede Cultural Beija-Flor oferece curso gratuito para jovens em estado de vulnerabilidade social 

Da Redação – Desde a mudança de nome do Facebook para Meta, o metaverso é um assunto em alta. Para quem não sabe, o metaverso é uma realidade virtual compartilhada que existe graças a uma combinação de tecnologias, entre elas,  a animação 3D. Com o intuito de oferecer esse conhecimento,  a ONG Rede Cultural Beija-Flor, que possui como objetivo a capacitação de jovens em estado de vulnerabilidade social nas mais diversas áreas, promove cursos de modelagem 3D digital e em argila.

A animação 3D é mais conhecida por seu uso em filmes, séries e videogames. Já no metaverso, ela pode ser empregada para a criação dos avatares e dos mundos virtuais. Porém, antes de chegar à animação é preciso passar pela modelagem 3D em argila, pois apenas desta forma o resultado digital poderá ser satisfatório. Segundo Lígia Cristina Vicente, professora de escultura 3D da ONG Rede Cultural Beija-Flor, uma boa modelagem é essencial. “A representação tridimensional de humanos e animais, assim como de máquinas e paisagens naturais, é o início do processo de animação 3D, e a execução correta faz toda a diferença no resultado final. Mesmo sendo um processo artístico, é necessário um conhecimento técnico”.

Entre os benefícios do curso, Lígia cita mostrar que um hobby pode virar uma carreira de forma leve e estimulante: “A prática da modelagem alivia o stress, melhora a coordenação motora, exercita a memória e estimula a criatividade. Tudo isso de forma lúdica. E você pode trabalhar para diversas áreas, desde  engenharia automobilística, até a criação de filmes e desenhos animados. Há possibilidade de trabalho em empresas a nível mundial”. 

João Victor Alencar, de 28 anos, foi um dos alunos do projeto que descobriu como viver através de sua paixão. Ele começou a modelar com argila em 2017, porém, sem perspectiva de futuro e enfrentando a depressão, largou as esculturas e ficou dois anos sem contato com a área. Após conversar com um dos professores do projeto, decidiu migrar para a arte digital. “Na primeira aula [na Rede Cultural Beija-Flor],  conversei sobre as possibilidades de transformar aquilo em uma profissão, pois ainda era algo que pesava muito para mim. Foi quando abriram meus olhos para o vasto mercado que a escultura digital proporciona, alguns de seus nichos e a facilidade de poder atender clientes de todo o mundo de forma muito mais simples”. 

As oportunidades para um modelador 3D, de fato, são amplas. A maioria atua como autônomo e a indústria de cinema e vídeo é a que mais emprega. Porém, existem oportunidades na área de games, softwares e publicidade, por exemplo. As projeções são de 16% de crescimento para o mercado de animação e efeitos especiais até 2030, com a criação de cerca de 8 mil vagas novas por ano, segundo o Bureau of Labor Statistics dos Estados Unidos. O mercado, cuja média salarial é de 78 mil dólares anualmente, exige especialização.  Embora o trabalho no Brasil e no exterior não seja tão diferente, a infraestrutura pode ter impacto na formação do profissional. É necessário dedicação para se destacar. João entendeu logo cedo e já está colhendo os frutos. 

Ele foi apresentado e contratado por  um grupo estrangeiro de modelagem depois de alguns meses de aula. Passando a receber seu salário mensal em dólar, está  desenvolvendo um diorama – uma espécie de maquete 3D – da animação dos anos 80 ‘Os Goonies’. “Como se trata de um projeto grande, estou trabalhando nele já há alguns meses. Estou modelando praticamente todos os dias, pesquisando, aprendendo novas técnicas, desenvolvendo as minhas e tentando evoluir cada vez mais. E sempre que alguma dúvida surge, a Beija-Flor está disponível para me ajudar”, acrescenta o artista.

O metaverso deve movimentar 800 bilhões de dólares até 2024 e já desperta o interesse de 49% dos brasileiros, com grandes  empresas como o Facebook, Itaú e até Gucci apostando nesses ambientes, segundo a empresa de Relações Públicas e Comunicação Corporativa FleishmanHillard. A especialização em modelagem 3D digital nunca pareceu tão atraente. 

Sobre a Rede Cultural Beija-Flor
A Rede Cultural Beija-Flor, uma Organização Não-Governamental que atua há 28 anos na cidade de Diadema, na Grande São Paulo, ajuda crianças e jovens, com idades entre 6 e 24 anos, em situação de risco ou vulnerabilidade social.  A organização busca, por meio de ações voltadas para as áreas da assistência e promoção social, educação, cultura, esporte, educação socioemocional, nutrição e gastronomia, inclusão digital, orientação vocacional e orientação profissional, promover o desenvolvimento pessoal e profissional dos usuários.