Relatório é apresentado como parte das comemorações do dia mundial do meio ambiente, celebrado neste 5 de junho
Da Redação – Apenas um ano depois de ser descoberto em Rondônia e entrar para a lista da fauna do Brasil, o sapo-da-serrapilheira Rhinella exostosica teve seu primeiro registro de ocorrência no Acre, em uma das áreas de trabalho do projeto de carbono Brazilian Amazon, da brCarbon, uma climate tech brasileira. Esse é um dos impactos positivos gerados a partir do monitoramento permanente de biodiversidade realizado pela empresa, que hoje soma 435 espécies de fauna, das quais 71 (16%) só existem na região amazônica e oito estão ameaçadas de extinção.
Atualmente o Brazilian Amazon contribui para a conservação de cerca de 150 mil hectares na região.”Queremos conhecer melhor a floresta, porque para preservar é preciso conhecer. Além das ações de conservação e de redução de emissões de gases do efeito estufa, o trabalho da brCarbon caracteriza-se também como uma iniciativa de impacto socioambiental, gerando benefícios para o clima, para as comunidades e para a biodiversidade”, afirma o diretor da empresa, Bruno Brazil.
O relatório da fauna é apresentado agora como parte das comemorações do dia mundial do meio ambiente, celebrado neste 5 de junho.Das 435 espécies monitoradas atualmente, 322 são aves, 54 anfíbios, 34 mamíferos e 25 répteis. “Algumas espécies possuem alta sensibilidade e dependem de condições ambientais adequadas para sua sobrevivência, ou seja, a conservação da floresta é fundamental para a manutenção do habitat. O monitoramento da biodiversidade é um eixo de atuação importante dentro dos projetos de Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação (REDD+), servindo ao propósito de conhecer a composição e a riqueza de espécies ao longo do tempo, considerando as condições ambientais e a dinâmica populacional nestas regiões frente às alterações no clima, entre outras variáveis locais”, destaca a bióloga Camila Monteiro, gerente de projetos com enfoque em engajamento social e monitoramento de biodiversidade.
Outro aspecto importante do monitoramento da diversidade biológica é a geração de conhecimentos a partir dos levantamentos realizados com a produção de dados sobre a ocorrência e distribuição geográfica de espécies em áreas pouco ou nunca antes amostradas. A brCarbon está organizando um banco de dados coletados nas instâncias de seus projetos desenvolvidos prioritariamente em propriedades privadas na Amazônia. Esta ação deverá subsidiar análises e publicações científicas ao longo deste ano.
“Tornar isso público é muito importante, muito significativo. A maioria dos dados são gerados hoje pelas universidades ou unidades de conservação. Agora estamos dentro de unidades privadas que talvez nunca fossem amostradas”, afirma Camila. O monitoramento de biodiversidade é realizado em atendimento aos critérios do padrão internacional de projetos de carbono, seguindo o modelo CCB Standard – Climate, Community and Biodiversity, o que inclui procura visual ativa, instalação de armadilhas fotográficas, registro de encontros ocasionais, identificação pela vocalização com uso de gravadores acústicos e registros indiretos com a determinação de espécies por seus rastros, ossadas ou outros vestígios.
“Para garantir a qualidade dos dados gerados e possibilitar análises qualitativas, adotamos em nosso protocolo a realização de duas campanhas de amostragem a cada ano, uma no período das chuvas e uma na seca, considerando as diferenças populacionais em decorrência da sazonalidade. Esse será um trabalho permanente, o que nos permitirá perceber alterações no comportamento das espécies ao longo dos anos”, explica Camila.
Alinhamento com a ONU
A bióloga da brCarbon ressalta que o monitoramento da biodiversidade vai muito além da questão ambiental. “O conhecimento da biodiversidade está diretamente ligado aos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, os chamados ODS, da ONU”, destaca. Os ODS foram anunciados pela ONU como parte da Agenda 2030, um plano de ação que busca tornar o mundo mais sustentável por meio da cooperação entre os governos, o setor privado e a sociedade civil. São metas como erradicação da pobreza, educação de qualidade, água potável e saneamento, energia limpa e acessível, trabalho decente e crescimento econômico, redução, consumo e produção responsáveis e ação contra a mudança global do clima.
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