Da Redação – O vice-presidente Michel Temer (PMDB-SP), que pode assumir a Presidência em caso de impeachment de Dilma Rousseff, já foi citado por dois delatores da Lava Jato como padrinho de diretores que operavam esquemas de propina na Petrobras. Ele aparece nos acordos do senador Delcídio do Amaral (sem partido-MS) e do empresário Julio Camargo, que confessou ter pago propina a integrantes do PMDB, entre os quais o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
Delcídio responsabiliza o vice pela indicação de João Augusto Henriques, preso em Curitiba, na BR Distribuidora, cargo que ocupou entre 1997 e 2000, no governo de Fernando Henrique Cardoso, que teria montado esquema de propina sobre o etanol. Temer também teria indicado Jorge Zelada em 2008 para a diretoria internacional da Petrobras. Ele foi condenado a 12 anos de prisão, acusado de ter desviado US$ 31 milhões para o PMDB e para si próprio.
Os investigadores encontraram também uma mensagem no celular de um dos sócios da OAS, Léo Pinheiro, que cita um pagamento de R$ 5 milhões a Temer, segundo denúncia apresentada pela Procuradoria Geral da República contra Eduardo Cunha. O procurador-geral, Rodrigo Janot, escreveu na acusação ao Supremo que “Eduardo Cunha cobrou Léo Pinheiro por ter pago, de uma vez, para Michel Temer a quantia de R$ 5 milhões, tendo adiado os compromissos com a ‘turma'”. Temer diz que os R$ 5 milhões foram doação legal.
O nome de Temer é citado várias vezes também em planilhas da Camargo Corrêa na Lava Jato e na operação Castelo de Areia. Em investigações arquivadas, foi acusado duas vezes de desvios de recursos do porto de Santos (Site 247).
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