Festival de horrores marca votação do processo de impeachment de Dilma Rousseff

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Cada novo amigo que ganhamos no decorrer da vida aperfeiçoa-nos e enriquece-nos, não tanto pelo que nos dá, mas pelo que nos revela de nós mesmos…

Miguel Unamuno.

Festival de horrores marca votação o processo de impeachment de Dilma Rousseff

Seria cômica, não fosse trágica. A sessão na Câmara dos Deputados que deliberou sobre a continuidade do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, neste domingo, por 367 a 137 votos, com sete abstenções, teve de tudo um pouco. De lavagem de roupa suja em rede internacional de TV, passando por embates políticos de dedo em riste e muito empurra-empurra, ofensas verbais e morais, e até cuspida parlamentar. Também foi da desfaçatez à demagogia, com acusados de desvio de dinheiro jurando idoneidade, passando por cenas patéticas de um autêntico ‘pastelãomentar’. E vamos combinar? Tem muito parlamentar que tem história, eleitorado e curral eleitoral, mas que já estava na hora de curtir mais os netinhos ou até mesmo ser cuidado por eles, deixando a política de cabidelas. Não pretendo aqui generalizar sobre quem é quem, entre bandidos e mocinhos, muito menos de quem tem razão em toda esta pendenga política que contribui para um atraso ainda maior da recuperação do país. Também não quero me alongar sobre os 16 deputados, dos 22 investigados pela Lava Jato, que votaram pelo Sim. Só acho que além da punição aos culpados, a política brasileira precisa urgente de renovação, pessoas sérias e realmente comprometidas com o coletivo, e não apenas com elas mesmo ou seus próprios bolsos. A sessão deste domingo, como bem disseram os jornalistas que por lá cobriam (e alguns até fizeram micagens e tentaram roubar a cena no picadeiro), foi um samba do crioulo doido, sem qualquer conotação racista. Um Festival de Horrores, em um circo o mais mambembe possível. Uma sessão de ausências injustificadas, mudanças repentinas de voto e até mesmo a cara de pau de assumir posições contra ou a favor do impeachment, teve gente que acertou o discurso nos minutos finais, quase na prorrogação. Teve jornalista do Exterior que, completamente insandecido, não conseguia entender o que estava acontecendo, muito menos os discursos familiares e cheios de amor à terra natal, ao Estado e até filhas, filhos, esposas, esposos. Tinha gente perguntando se seria ou não de bom tom falar toda a árvore genealógica??  O que falar do xingamento homofóbico de Jair Bolsonaro (PMDB) relatado por Jean Wyllys, do P-Sol, que não se furtou a mandar uma grande cuspida no seu desafeto. E a primeira-dama de Montes Claros, a deputada federal Tânia Raquel Muniz (PSD/MG), que creditou o seu sim na votação ao marido Ruy Muniz, prefeito pelo PSB, que foi preso preventivamente nesta segunda pela Polícia Federal, acusado de beneficiar com verbas públicas um hospital das Clínicas Mário Ribeiro da Silveira, que pertence a ele e familiares, além de atrapalhar o funcionamento de outras entidades hospitalares. Mas coisa linda mesmo foi a carinha de Eduardo Cunha, ao ser chamado de gângster pelo parlamentar Glauber Braga. O Pesolista foi mais além e disse que a cadeira que dava sustentação a ele no comando da sessão cheirava a enxofre. Seria de bom tom que esse processo fosse logo avaliado pelas autoridades do Supremo, que também dão show em algumas sessões e que até tem ligações com muitos dos envolvidos, mas que serão responsáveis pelo impeachment ou o arquivamento do processo. É mister que uma solução, sem golpes, seja encontrada pelos juízes. E por falar nessa abominável palavrinha, o que dizer de um vice que já tem ministério definido, manda recado informal à nação pelos arautos da crise e que se permite negociar casos e cases futuros com aliados, sem ao menos falar da presidente? Sem querer fortalecer a tese do rouba mas faz, parece que o mais certo foi veterano Paulo Maluf. Com andar e falar trôpego, mas livre da ameaça de prisão internacional, pela prescrição do crime, e sem dar bola para a torcida, disse apenas: meu voto é Sim. Simples assim!

Frase:

O que estamos vendo hoje nesta sessão é a maior concentração de hipocrisia por metro quadrado. Deputados votando a favor do impeachment e em Temer para presidente, e em Eduardo Cunha para vice. Hipocrisia e incoerência!

Professora Marcivânia, deputada federal (PCdoB), do Amapá e ex-petista, ao votar Não e comentar os discursos inflamados na sessão pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff

Frase:

Presidente, o senhor é um gângster. E a sua cadeira de presidente cheira a enxofre.

Glauber Braga, deputado federal (PSOL), ao se referir ao presidente Eduardo Cunha, antes de votar Não pelo impeachment

Alckmin empossa Conselho de Participação e Desenvolvimento da Comunidade Negra

Na sexta-feira, 15, o governador Geraldo Alckmin deu posse aos novos membros do Conselho Estadual de Participação e Desenvolvimento da Comunidade Negra (CPDCN). A nova composição, constituída após eleição ocorrida no dia 26 de fevereiro, terá o mandato previsto para os anos de 2016 a 2019. O novo presidente é o engenheiro e professor universitário Ivan Renato de Lima, que substitui o procurador federal e membro da Ordem dos Advogados do Brasil Marco Antônio Zito Alvarenga. “O governador Franco Montoro, com uma visão de estadista, há mais de 30 anos criou este conselho e vamos trabalhar muito para implementar as propostas fruto do trabalho deste conselho”, comentou o governador Geraldo Alckmin. “Hoje não é uma reunião de governo. Hoje é uma posse da nação brasileira. Pois a nação é nossa língua, nossas religiões, nossos costumes, nossas músicas, a luta dos que já morreram, essa é a posse da verdadeira nação. Temos um grande resgate a ser feito, pelas injustiças que ocorreram. Essa é uma luta de toda a sociedade, pois a injustiça cometida a uma pessoa é uma ameaça a toda a sociedade”, disse. O CPDCN é uma instância de natureza participativa da sociedade civil que atua na preservação do patrimônio negro, na indicação e formulação de políticas afirmativas e reparação histórica, além de colaborar diretamente na promoção do bem estar social e nos casos de discriminação e racismo, oportunizando o diálogo entre grupos historicamente desprovidos dos bens sociais e das oportunidades, daqueles que detêm os meios para a elevação da participação social, econômica e política da comunidade negra, firmando um Estado plural e de direitos. “O racismo no Brasil não é sutil, ser negro aqui significa ver todos os dias o racismo em campos de futebol, redes sociais e no mercado de trabalho. Quero fazer a gestão da implementação, para que possamos realizar ações e por em pratica os trabalhos para mudar a vida dos irmãos negros do Estado”, discursou o presidente empossado, Ivan Renato de Lima.


MANIFESTAÇÕES 1

  • A Polícia Militar informa que 215 mil pessoas estiveram presentes no horário de pico, às 18 horas, durante manifestação ocorrida na Avenida Paulista neste Domingo, a favor do impeachment da Presidente Dilma Roussef. Na manifestação ocorrida no Vale do Anhangabaú, no momento de pico (17h30), estiveram presentes 75 mil pessoas. Na Paulista, a maior concentração, novamente, ocorreu entre a Alameda Casa Branca / Rua Otávio Mendes e a Rua Plínio Figueiredo (local do MASP). Entre a Avenida Brigadeiro Luiz Antônio e Alameda Pamplona e entre a Rua Frei Caneca e a Praça do Ciclista não houve concentração relevante de pessoas. Nas ruas transversais e paralelas da Avenida Paulista não houve concentração relevante de pessoas.

MANIFESTAÇÕES 2

  • No Vale do Anhangabaú, a maior concentração ocorreu no setor do canteiro logo abaixo do Viaduto do Chá com a ladeira que dá acesso ao Teatro Municipal. Os cálculos foram elaborados pelo programa COPOM Online, que realiza o georreferenciamento da área, definindo polígonos de concentração de pessoas por meio de fotos aéreas e terrestres. A estimativa não considera a rotatividade do público presente. Não houve qualquer ocorrência grave, havendo 13 detidos, sendo dez por furto, dois por pichações e um por invasão de patrimônio e sabotagem (caso do pato da FIESP).

MAIS SEGURANÇA 1

  • O prefeito de Diadema, Lauro Michels, participou nesta segunda, 18 de abril, na sede operacional da Guarda Civil Municipal (Rua Marechal Floriano, nº 260 – Centro) da cerimônia de apresentação dos novos 50 GCMs contratados. Os agentes de segurança, após o evento, iniciam o curso de formação, que será ministrado até julho. Em maio, outros 60 Guardas Civis Patrimoniais (que cuidam dos equipamentos públicos da Prefeitura) se formam e serão incorporados à Guarda.

MAIS SEGURANÇA 2

  • Atualmente, o efetivo da Guarda Civil Municipal de Diadema é de 225 homens e mulheres, 40 viaturas, 1 caminhão baú de apoio e 20 motocicletas, além de 65 câmeras de monitoramento instaladas, utilizadas para reforçar a segurança da cidade em apoio às polícias Militar e Civil.

Brasil permanece com risco político médio para investimentos, revela pesquisa

Com a finalidade de auxiliar as empresas na avaliação de investimentos em mercados emergentes, a consultoria e corretora de seguros Aon em parceria com a Roubini Global Economics divulga a nova edição do estudo Mapa de Risco Político. A pesquisa, que avaliou 162 países em 2015, apontou pela primeira vez nos últimos três anos mais reduções de riscos políticos do que índices elevados, fator esse que deve encorajar cada vez mais os países emergentes a executarem reformas políticas e econômicas. No entanto, o levantamento constatou que por conta da crise política e também o desempenho da economia, o Brasil se manteve com o risco considerado médio. “A atual situação tem aumentado os riscos em curto prazo, em particular os riscos não-políticos, porém, o país possui instituições robustas e grandes reservas de divisas, o que pode a médio prazo levar a uma certa recuperação”, considera Keith Martin, consultor de riscos políticos e investimentos no exterior da Aon Brasil. Para o executivo, o Brasil está vivendo uma das recessões mais prolongadas de sua história, o que tem exercido uma considerável pressão sobre o país. “Os escândalos de corrupção feriram não só a imagem do governo, mas também afetaram a competitividade das empresas, principalmente no setor de construção pesada e infraestrutura, além de deixar o país mal preparado para enfrentar a baixa dos mercados das commodities”, acrescenta Martin. Porém, o consultor ressalta ainda que esse cenário abre oportunidades para as empresas estrangeiras, já que permite processos mais abertos e grandes possibilidades de fusões e aquisições com instituições brasileiras. De acordo com Keith Martin, embora o cenário caminhe para uma retomada econômica, as Olimpíadas do Rio de Janeiro podem ser um divisor de águas. “De um lado existe a oportunidade do país em se vender para atrair importantes negócios, na expectativa de uma melhora no ambiente de investimentos a médio e longo prazo. De outro, há chances de um aumento no risco político com possibilidade de protestos, manifestações e até mesmo violência política”, afirma. Além disso, o executivo esclarece que outros países da América Latina também estão vivendo um ano muito histórico, com desdobramentos que vão se estender ao longo dos próximos anos. “As eleições presidenciais na Argentina, as legislativas na Venezuela, a derrota do referendum pró-Morales na Bolívia e a crise política no Brasil mostram que há um grande desejo de mudança de rumo após mais de 12 anos de governos da esquerda, o que deve movimentar ainda mais a América Latina”, diz.

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